
A informação foi avançada pelo diretor do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças, Jorge Noel Barreto, na habitual conferência de imprensa, na cidade da Praia, para fazer o ponto de situação da doença no país, garantindo que o isolamento domiciliar "está em vias de ser operacionalizado".
"Penso que brevemente será anunciado, mas pelo menos todas as condições para a sua operacionalização já estão prontas, os documentos, as orientações e as diretrizes", garantiu o porta-voz do Ministério da Saúde.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus no país, a 19 de março, as autoridades de saúde optaram pelo isolamento institucional, em hospitais de campanha nos diversos municípios, sendo que apenas os casos graves são internados nos hospitais.
Quanto ao isolamento domiciliar, Jorge Barreto avançou que vai respeitar um conjunto de condições, sendo que a pessoa vai ter de ser submetida a uma avaliação médica e das condições sociais, habitacionais e económicas.
O diretor disse que foi criado um aplicativo para fazer a avaliação e será mediante a resposta às perguntas que se vai decidir se a pessoa tem ou não condições de fazer o isolamento domiciliar.
"Por exemplo, se a pessoa coabita com outras pessoas, se há condições no domicílio de fazer a separação entre outras pessoas e essa pessoa que tem, se é uma pessoa que tem autonomia física, consegue fazer as suas atividades do dia-a-dia, se é uma pessoa que consegue fazer a sua higiene, de fazer a limpeza do sítio onde vai ficar isolado", mostrou.
Além disso, uma pessoa muito idosa, com outros problemas de saúde, nomeadamente hipertensão arterial, diabetes, da avaliação poder-se-á entender que ela deve ficar no isolamento institucional ao invés de ficar no isolamento domiciliar, disse a mesma fonte.
"É uma série de fatores e condições que são analisados e que no final indicam se a pessoa tem ou não condições de fazer esse isolamento domiciliar. Portanto, não será toda a gente que fará o isolamento no domicílio", sublinhou Jorge Barreto.
O diretor do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças de Cabo Verde disse que todos os instrumentos já estão prontos e que "até final desta semana" deverá começar a ser operacionalizado.
Cabo Verde registou hoje quatro casos novos de covid-19, o valor mais baixo dos últimos 33 dias em que foram anunciados dados diários do novo coronavírus no país, depois dos dois casos contabilizados no dia 02 de maio.
O país ultrapassou assim os 1.000 casos acumulados de covid-19, com 1.003, distribuídos pelas ilhas de e Santiago (779), Sal (149), Boa Vista (57), São Vicente (12), Santo Antão (04) e São Nicolau (02).
Do total, há a registar oito óbitos, 562 pessoas foram consideradas curadas da doença, dois doentes transferidos para os seus países, e o país tem neste momento 431 casos de infeção ativa (43%).
A pandemia de covid-19 já provocou quase 482 mil mortos e infetou mais de 9,45 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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