"A partir dos finais de outubro próximo vai ser lançado o concurso e o Hospital Rural vai ser reabilitado todo ele, incluindo os blocos de enfermarias que não tinham sido acabados, vão equipar e vamos ter todos os serviços que tínhamos", disse Sérgio Domingos Cipriano.

O dirigente que falava hoje na cidade de Pemba, após participar da Sessão do Conselho Executivo Provincial, não avançou o valor deste investimento, sendo esta uma obra a cargo do Escritório das Nações Unidas para Serviços para Projetos (UNOPS, na sigla em inglês), e recordou que os mais de 120 mil habitantes já retornados ao distrito de Palma são atualmente assistidos no centro de formação de saúde, já reabilitado, e também por via de brigadas móveis.

"Reabilitámos o centro de formação de saúde onde conseguimos criar enfermarias, temos lá serviços básicos para atender a nossa população, já temos clínica móvel, que estava em Montepuez, temos um centro de saúde já reabilitado", acrescentou o dirigente.

Mesmo com a reabilitação e ampliação do Hospital Rural de Mocímboa da Praia, não será suficiente para acompanhar a dinâmica da população que esta a retornar as suas zonas de origem, pelo que Sérgio Domingos Cipriano espera a chegada de investidores para, por exemplo, instalarem farmácias privadas no distrito.

"Na vila só precisamos no mínimo de quatro farmácias, em Awasse, precisamos de uma, Mbau uma e Quelimane uma, onde os potenciais investidores tenham capacidade de dar assistência em medicamentos e a população vai adquirir", concluiu.

O distrito de Mocímboa da Praia, norte de Cabo Delgado, foi o primeiro alvo dos terroristas, em 05 de outubro de 2017, tendo os insurgentes atacado, depois, outros pontos da província.

A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul de região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos, ACLED.

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