
O militar israelo-americano Edan Alexander foi libertado hoje na Faixa de Gaza pelas Brigadas al- Qassam, o braço armado do Hamas, informaram os militares israelitas e o grupo islamista palestiniano.
Em comunicado, o Hamas disse que esta libertação "faz parte dos esforços contínuos dos mediadores para alcançar um cessar-fogo" e permitir a entrada de ajuda humanitária no território.
O Hamas reiterou que "negociações sérias" levarão à libertação de mais reféns, mas avisou que a "continuação da agressão prolongará o seu sofrimento" e poderá mesmo matá-los.
Os meios de comunicação locais mostraram imagens de viaturas da Cruz Vermelha a dirigirem-se para o ponto de recolha de Edan Alexander na Faixa de Gaza, uma entrega que decorreu sem cerimónias públicas ou qualquer tipo de publicidade, ao contrário de libertações de reféns anteriores.
O Exército israelita confirmou que foi notificado pela Cruz Vermelha de que recebera um refém e que estava a caminho para o entregar na Faixa de Gaza.
Posteriormente, indicou que "o soldado Edan Alexander atravessou a fronteira para território israelita".
A libertação acontece como um gesto do Hamas em relação aos Estados Unidos, um dos mediadores do conflito entre Israel e o grupo islamita, após contactos com representantes ??de Washington.
Coincide também com a viagem hoje a Israel do enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e com a véspera do início da viagem do Presidente norte-americano, Donald Trump, a vários países do Médio Oriente.
No comunicado, o Hamas manifestou a sua disponibilidade para "iniciar imediatamente negociações para chegar a um acordo abrangente para um cessar-fogo sustentável", que incluiria a retirada do Exército israelita do enclave palestiniano, bem como "o fim do cerco", a troca de prisioneiros e a reconstrução da Faixa de Gaza.
"Instamos a administração Trump a continuar os seus esforços para pôr fim a esta guerra brutal travada pelo criminoso de guerra Netanyahu contra crianças, mulheres e civis indefesos na Faixa de Gaza", assinalou o Hamas.
Em 05 de maio, Israel anunciou um plano de conquista do território palestiniano, que inclui uma deslocação em massa da sua população, suscitando palavras de condenação em todo o mundo.
O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 52 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, na maioria mulheres e crianças, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.
As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais -- Egito, Qatar e Estados Unidos -- para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.
Alexander tinha 19 anos quando foi levado da sua base militar no sul de Israel durante o ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023.
Depois da libertação de hoje, a primeira desde que Israel quebrou o cessar-fogo, 58 pessoas continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, das quais as autoridades israelitas estimam que 23 ainda estejam vivas, embora nos últimos dias tenham reconhecido que desconhecem o estado exato de três reféns.