"Qualquer ataque do exército de ocupação [israelita] à cidade de Rafah ameaçaria as negociações" sobre os reféns ainda detidos na Faixa de Gaza, afirmou o responsável à AFP, numa altura em que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pretende lançar uma ofensiva contra a cidade.

Benjamin Netanyahu "está a tentar escapar" às negociações ao "cometer um genocídio e uma nova catástrofe humanitária em Rafah", afirmou o responsável do Hamas, dizendo que o que o primeiro-ministro e o exército "não conseguiram fazer em mais de quatro meses, não conseguirão fazer durante o tempo que durar a guerra".

Na sexta-feira, o primeiro-ministro israelita ordenou às Forças de Defesa de Israel que começassem a preparar a evacuação de Rafah.

Num comunicado divulgado pelo seu gabinete, Benjamin Netanyahu afirmou que Israel não conseguirá derrotar o Hamas sem destruir as forças que o movimento islamita palestiniano mantém naquela cidade, no sul da Faixa de Gaza, e nos seus arredores.

Tanto a ONU como os EUA manifestaram a sua preocupação quanto a uma possível expansão da ofensiva terrestre do exército israelita para Rafah, o último refúgio de mais de um milhão de habitantes de Gaza que fogem dos combates há quatro meses.

O Departamento de Estado advertiu na quinta-feira que uma operação militar em Rafah sem um planeamento adequado para a retirada de civis seria "um desastre".

O ataque sem precedentes do Hamas em 07 de outubro causou cerca de 1.200 mortos, segundo Israel.

Desde então, 28.176 palestinianos, a grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, foram mortos na Faixa de Gaza pelos bombardeamentos e operações militares israelitas, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, movimento considerado terrorista que controla o enclave desde 2007.

Há várias semanas que estão em curso negociações para um cessar-fogo com uma duração mínima de seis semanas e a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

Em novembro, um cessar-fogo de uma semana permitiu a liberação de 105 dos cerca de 250 reféns que foram levados para Gaza e de 240 prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

Segundo Israel, continuam detidos em Gaza 132 reféns, 29 dos quais terão morrido.

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