
As contas foram hoje apresentadas pelo secretário de Estado da Proteção Civil, Joaquim José Martins, num encontro de emergência com parceiros de desenvolvimento de Timor-Leste para avaliar a resposta às cheias que assolaram o país.
Joaquim Martins disse que o orçamento destinado este ano à resposta a desastres naturais é insuficiente e que, por isso, o Governo está a avaliar as potenciais necessidades de apoios tanto para as famílias afetadas já, como as que possam sofrer outros desastres nos próximos meses.
"Queremos não só poder apoiar agora, mas também poder apoiar até cerca de 50 mil famílias, para responder a outros desastres que possam ocorrer e que são comuns nos municípios até março de 2021", explicou.
Atualmente, disse, o orçamento disponível para estes apoios de emergência é de cerca de 3,35 milhões de dólares (2,8 milhões de euros), sendo necessários "quase 54 milhões de dólares" (45,4 milhões de euros) para aspetos como operações, logísticas, pagamento de mão de obra, bens alimentares, não alimentares e de material de construção.
Joaquim José Martins falava num encontro de emergência de vários membros do Governo com representantes dos parceiros de desenvolvimento, incluindo embaixadas, agências das Nações Unidas e instituições, para analisar a resposta às cheias.
Martins fez um ponto de situação em nome do Centro de Coordenação Operacional para Gestão de Risco de Desastres e deu conta do que tem sido feito e das carências para a resposta de emergência ao impacto das cheias.
Cada família apoiada com bens alimentares recebe cerca de 55 dólares (46 euros) de produtos, que incluem arroz, massa, biscoitos, óleo, café, chá, açúcar e água.
Famílias que tiveram perdas em casa recebem um cesto no valor de cerca de 78 dólares (66 euros) incluindo produtos tão diversos como utensílios de cozinha, colchão, produtos de limpeza e tendas mosquiteiras.
No que se refere a material de construção, o Governo prevê distribuir bens entre até 800 dólares (672 euros), valor definido de acordo com avaliação do volume de danos causados.
Falando perante uma plateia de representantes de várias embaixadas, organizações e instituições internacionais, Joaquim Martins destacou os desafios que o setor de resposta de emergência do país continua a enfrentar.
Orçamento insuficiente, falta de meios humanos, técnicos e operacionais, carência de sistema de gestão de dados e até a falta de centros de acolhimentos em vários municípios (incluindo na capital) são alguns dos desafios mais prementes.
Dada a dimensão da atual emergência, começam igualmente a escassear bens alimentares e não alimentares e materiais de construção.
Joaquim Martins defendeu ainda a necessidade de mais coordenação e cooperação entre os vários Ministérios e entre estes e os parceiros de desenvolvimento, e a mobilização de recursos financeiros para responder a desastres naturais.
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