
A Lusa tentou, sem êxito, obter uma resposta do Ministério dos Transportes sobre a situação, que envolveu cinco contentores de doações recolhidas pelo Rotary Australia e enviadas para o Dili Rotary Club com desinfetante, material médico e hospitalar e toneladas de bens para apoiar vítimas das cheias.
O material chegou a Díli, em julho e, na altura, fonte do Ministério dos Transportes timorense indicou que os fundos seriam devolvidos ao Rotary, mas quatro meses depois a devolução não foi feita.
"Continuamos sem que o dinheiro nos tenha sido devolvido. Solicitaram uma carta com a confirmação do pagamento que fizemos. Informaram que nos diriam qualquer coisa, mas até agora não recebemos nem a devolução, nem qualquer resposta", disse à Lusa fonte do Rotary.
O presidente do Dili Rotary Club, Mário de Jesus, e um dos elementos da organização Tony Favarro disseram à Lusa que os contentores chegaram a Díli no início de julho e que houve ligeiro atraso no processo de desalfandegamento, com a isenção de impostos a ser aplicada.
O atraso levou os contentores a acumular custos no porto de Dili, aplicados pela autoridade portuária timorense, Aportil, superiores a mil dólares (mais de 870 euros).
"É material doado por australianos e recolhido pelo Rotary, que vai para a farmácia central, para o Hospital Nacional Guido Valadares e para as famílias afetadas pelas cheias", explicou Mário de Jesus.
"Os nossos cofres não são ricos e não podemos estar a pagar estes custos. Pagar para doar material não faz sentido", sublinhou Tony Favarro.
O ministro das Finanças timorense, Rui Gomes, disse à Lusa que, da parte das Alfândegas, sob a sua tutela, o processo é feito de acordo com a lei, e que a isenção de impostos foi dada, notando que já no passado houve situações idênticas.
"Já tivemos situações dessas em que da parte das alfândegas doações são processadas, mas depois a situação emperra no porto", referiu.
Nesse sentido, Rui Gomes considerou útil um memorando de entendimento entre o Rotary e outras instituições com o Ministério dos Transportes timorense para garantir que bens doados a Timor-Leste são processados com celeridade e sem custos para as organizações.
Mário de Jesus apelou ao entendimento do Ministério dos Transportes para que reconsidere a situação, já que os fundos para custear a multa portuária saem de programas de apoio que o Rotary está a implementar em Timor-Leste.
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