A líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse hoje em comunicado que o projeto é prioritário, agora que a Comissão da Câmara do Conselho Legislativo - que examina os projetos de lei e decide quando eles podem ser enviados para uma votação final - se prepara para iniciar a segunda leitura das propostas.

A lei proposta visa garantir que os residentes de Hong Kong, um território chinês semi-autónomo, respeitem o hino nacional da China.

No texto prevê-se que aqueles que usam o hino para fins comerciais, ou insultam pública e intencionalmente o hino, o que pode passar por vaias durante os jogos de futebol, podem enfrentar multas até 50 mil dólares de Hong Kong (seis mil euros) e até três anos de prisão.

O projeto controverso surge num momento em que as diferenças entre os campos pró-Pequim e pró-democracia em Hong Kong começaram a intensificar-se durante os protestos no ano passado, motivados por uma tentativa do Governo de aprovar um projeto de extradição que permitiria enviar suspeitos para a China continental, entretanto retirado.

Lam disse que o secretário-chefe e outras autoridades escreveram para a parlamentar pró-Pequim Starry Lee, que assumiu na sexta-feira a presidência da Comissão da Câmara, numa sessão agitada que levou mesmo à expulsão de deputados pró-democracia.

"Duas das propostas estão atrasadas há muito tempo, a lei do hino nacional e a lei de alteração de patentes", indicou Lam. "Portanto, esperamos que esses dois projetos de lei tenham prioridade nas segundas leituras pelo Conselho Legislativo", acrescentou.

Na sexta-feira, Lee assumiu-se como presidente da comissão numa sessão marcada por gritos de ambos os campos e acusações de parlamentares pró-democracia de que a deputada estava a ultrapassar os seus limites.

A cadeira de presidente estava vazia há seis meses, com Pequim a criticar o vice-presidente e legislador pró-democracia Dennis Kwok de abusar do seu poder ao atrasar a eleição de um novo presidente, causando uma acumulação de projetos de lei.

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