Em declarações à agência Lusa, o presidente da câmara recusou que esteja em causa "prestar contas numa lógica panfletária" ou de "estabelecer comparações com o passado", mas sim de "aproximar os cidadãos do debate democrático" sobre a construção do concelho.
"Há uma parte em que se faz uma reflexão sobre questões da contratação pública -- uma parte curiosamente escrita e pensada antes do debate nacional que está a acontecer recentemente sobre o tema -- e outras sobre a parte material ou os projetos lançados", descreveu Eduardo Vítor Rodrigues, entre outros destaques.
O livro "Balanço para o Futuro - Gaia, Cidade Sustentável e Humanista" tem prefácio de José Ramos-Horta, jurista timorense que foi presidente de Timor de 2007 a 2012.
Nas notas finais da obra lê-se que o livro diz respeito aos mandatos autárquicos de 2013 e 2017 e de 2017 a 2021, tendo Eduardo Vítor Rodrigues referido à Lusa que a apresentação estava pensada para "o meio de um ciclo autárquico", ou seja para cerca de seis meses após ter sido pela primeira vez eleito, mas a pandemia da covid-19 adiou o projeto.
"Alguns dos capítulos são de reflexão. É mais do que um relato de atividades e é seguramente muito mais do que um retrato de obras", descreveu.
Sobre a "reflexão" a que se refere, Eduardo Vítor Rodrigues deu como exemplos passagens do livro que explicam, "sem ser em politiques", aspetos como a distinção entre despesas correntes e despesas de capital ou a gestão do processo de descentralização, entre outros.
Já sobre projetos, o livro fala de vários e de várias áreas, como os investimentos no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho ou a expansão da linha de metro de Santo Ovídio a Vila D'Este (Linha Amarela), bem como da chamada "segunda Linha de Gaia", designada como das Devesas.
"Por exemplo, a famosa nova ponte sobre o Douro [a D. António Francisco dos Santos], projeto partilhado por Gaia e pelo Porto, é explicada através de uma linguagem não técnica. O objetivo é criar um instrumento de consulta, uma tentativa de fazer alguma pedagogia cívica, não usando politiques, mas uma linguagem clara".
A obra é apresentada esta manhã no Auditório Municipal de Gaia, no distrito do Porto, e ficará à venda nas livrarias.
O resultado das vendas "não vai ser integrado na conta municipal e será entregue a instituições de Gaia da área da Terceira Idade", concluiu o autarca.
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