A greve, convocada pela UNTG e a Confederação Geral das Confederações dos Sindicatos Independentes (CGSI), ocorre no seguimento da "ausência de cumprimento de todos os 16 pontos acordados com o Governo" em agosto passado, o que na altura permitiu que fossem suspensas as paralisações laborais na Função Pública, observou Mendonça.

"O Governo não cumpriu e nem disse nada. Estamos cansados de esperar, vamos à greve durante três dias. Se não houver uma resposta, vamos fazer greves sucessivas", declarou o secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça.

Entre os pontos do memorando do entendimento, Júlio Mendonça realçou a harmonização dos salários de funcionários públicos, notando que se deve acabar com situações em que servidores com a mesma categoria auferiram ordenados diferenciados só porque trabalham em locais diferentes.

"Há diretores-gerais a ganhar mais do que outros diretores-gerais, isso não pode ser", notou Mendonça.

O sindicalista aponta ainda como "anomalias inaceitáveis" a ausência de um salário mínimo nacional definido, a continuação de novos ingressos na Função Pública, quando ficou acordado que a prática deveria cessar, corte nos salários dos professores e "o salário astronómico" que os titulares de cargos públicos auferem.

"Os titulares de cargos públicos podem ter alguma coisa a mais (em relação a outros funcionários públicos) mas não como se fosse nos Estados Unidos de América", observou Júlio Mendonça.

As duas centrais sindicais estão abertas ao diálogo com o Governo, tendo o sindicalista Alves Té sido indicado chefe da equipa negocial.

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