
"A Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] está preocupada com a prevalência do crime organizado que a cada dia se torna mais sofisticado", refere em comunicado.
O partido no poder manifesta a inquietação numa nota de imprensa que divulgou hoje por ocasião do 46.º aniversário da criação da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Os raptos, homicídios, tráfico de drogas e de seres humanos e a violência sob diversificadas formas são motivo de alarme na sociedade moçambicana, acrescenta o comunicado.
"A Frelimo exorta a Polícia da República de Moçambique a redobrar esforços para estancar estes crimes macabros de modo a que a livre circulação de pessoas e bens seja usufruída por todos", sublinha.
Na mesma nota, o partido no poder apela à PRM para "prosseguir as perseguições aos mentores do terrorismo e de atrocidades [na província de Cabo Delgado] até que o país se torne num exemplo de paz efetiva na região e no continente".
As forças policiais, prossegue o comunicado, devem empenhar-se também no combate contra as ações da Junta Militar, uma dissidência armada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.
"A Frelimo reconhece a bravura da nossa polícia no combate aos terroristas que cometem crimes satânicos no norte de Cabo Delgado, bem como as repugnantes atrocidades de que a junta militar da Renamo é promotora, nas províncias de Sofala e Manica, no centro do país", diz-se no texto.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.
Um ataque a Palma, junto ao projeto de gás em construção, em 24 de março, provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.
As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.
A Junta Militar da Renamo é apontada pelas autoridades como responsável pelos ataques armados que já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas desde 2019 em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, centro de Moçambique.
O grupo, chefiado por Mariano Nhongo, rejeita o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado entre o Governo e a Renamo em agosto de 2019 e acusa o líder do principal partido da oposição, Ossufo Momade, de ter traído os ideais do seu antecessor Afonso Dhlakama, assumindo com o executivo compromissos supostamente lesivos aos interesses da organização.
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