Fontes diplomáticas francesas explicaram que ficou claro que a vontade da Rússia é atacar as democracias e que utiliza vários meios para o fazer, como robôs informáticos, operações de compra de políticos ou campanhas de desinformação.
A reunião dos chefes das diplomacias francesa, Stéphane Sejourné, alemã, Annalena Baerbock, e polaca, Radoslav Sikorski, tem como principal objetivo "a luta contra a interferência estrangeira" através de um mecanismo comum de alerta e resposta.
Os três ministros também têm uma série de questões de segurança e paz na sua agenda, entre as quais o foco recai sobre como "ajudar a Ucrânia a vencer a guerra e a Rússia a perdê-la", segundo as mesmas fontes.
O que inclui a forma de materializar a ajuda no domínio militar, depois de a cimeira extraordinária da União Europeia, no passado dia 01 de fevereiro, ter acordado um pacote de 50 mil milhões de euros para o período 2024-2027.
Em particular, envolve o estabelecimento de aquisições conjuntas para as quais estão a ser considerados diferentes mecanismos, incluindo uma emissão conjunta de dívida pela União Europeia (UE).
Dadas as possíveis suspeitas que esta ideia poderia levantar na Polónia uma alegada rivalidade da política de defesa europeia com os Estados Unidos, que considera o verdadeiro pilar da sua defesa contra a Rússia, a França tenta tranquilizar Varsóvia.
Pouco antes da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, o Presidente francês, Emmanuel Macron tem um almoço de trabalho no Palácio do Eliseu, em Paris, com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
O argumento de Paris é que o fortalecimento da defesa europeia é o fortalecimento do "pilar europeu da NATO".
Além disso, a França insiste que a UE tem de estar preparada para qualquer cenário político nos Estados Unidos, incluindo o de uma vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro próximo.
Sejourné, Baerbock e Sikorski abordarão também outros temas da política internacional, como a guerra no Médio Oriente e a cooperação com África.
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