
A Reserva Federal (Fed) dos EUA deverá manter hoje os juros, no nível em que estão desde dezembro, apesar de exigências do Presidente norte-americano para que os desça.
Esta é a terceira vez que a Fed se reúne desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca, num cenário económico mais desfavorável do que o esperado e sob ataques do Chefe de Estado.
Ainda assim, a maioria dos atores financeiros antecipa que o banco central deverá manter as taxas diretoras no nível em que estão desde dezembro, entre 4,25% e 4,50%.
Powell e muitos dos outros 18 funcionários que fazem parte do comité de fixação de taxas da Fed deixaram claro que pretendem, antes de tomar qualquer medida, primeiro avaliar o comportamento da economia face à dimensão da ofensiva protecionista lançada por Donald Trump.
Embora os barómetros económicos regulares mostrem um nervosismo crescente, os indicadores oficiais permanecem contidos (4,2% de desemprego em abril, 2,3% de inflação em março, ligeiramente acima do objetivo de 2% da Fed).
Ainda assim, as perspetivas futuras são menos animadoras, sendo que na última reunião os responsáveis da Fed reviram em baixa as previsões para a primeira economia mundial, antecipando menos crescimento, mais inflação e mais desemprego.
No final de abril, Trump disse que "já era hora" do mandato de Powell "terminar" e chamou-lhe "grande perdedor", garantindo mais tarde que não tinha "nenhuma intenção" de o demitir.
O republicano disse também à imprensa esta semana que "não é um grande fã" de Jerome Powell e reiterou em letras maiúsculas na sua rede social Truth que a instituição deveria reduzir as taxas, assegurando que não há "Inflação".