
"Se nós mandarmos que eles [os deslocados] voltem aos distritos, não vão aceitar porque não existe nenhuma segurança, não há garantias", referiu Ossufo Momade.
O líder do principal partido de oposição falava em declarações à comunicação social em Pemba, à margem da entrega de donativos para os deslocados ao Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
O presidente da Renamo disse que a sua "grande preocupação" é o regresso dos deslocados às suas zonas de origem com segurança, reiterando a necessidade de se recorrer a ajuda externa para combater os insurgentes naquela província.
"A única solução é encontrarmos países que vão poder correr com esses insurgentes", frisou.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.
O mais recente ataque foi feito em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.
As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.
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