O exército indiano destruiu esta sexta-feira com explosivos duas casas identificadas pelas autoridades como pertencentes às famílias dos autores do atentado que matou 26 civis na terça-feira em Pahalgam, na Caxemira indiana, informou fonte policial. O ataque, o mais mortífero contra civis na região desde 2000, provocou uma forte deterioração das relações entre a Índia e o Paquistão. Nova Deli culpou Islamabad, que negou imediatamente a responsabilidade.

A polícia publicou os esboços de três suspeitos de serem os atiradores, dois dos quais são cidadãos paquistaneses. No centro das investigações estão um cidadão indiano identificado como Adil Thokar e um outro cidadão apresentado como Ashif Sheikh, disse uma fonte policial à AFP sob condição de anonimato.

"Ambos estão ativos há três ou quatro anos e pertencem à TRF (Frente de Resistência), um grupo próximo do LeT", o movimento jihadista Lashkar-e-Taiba com sede no Paquistão, acrescentou a fonte. O LeT é suspeito dos atentados que mataram 166 pessoas na cidade de Bombaim em 2008.

"São procurados e estão implicados em atentados contra as forças de segurança", acrescentou a fonte, que não estava autorizada a falar com a imprensa. Vários membros das suas famílias foram detidos após o ataque de terça-feira.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu na quinta-feira perseguir os autores do atentado e os seus cúmplices "até aos confins do mundo". E esta sexta-feira, o Governo indiano pediu aos executivos regionais do país para identificarem todos os cidadãos paquistaneses que residem nos seus territórios, de modo a garantir que abandonam a Índia até domingo, prazo dado para a sua saída.

Segundo a agência EFE, que cita fontes oficiais referidas em meios de comunicação indianos, a medida foi transmitida pelo ministro do Interior, Amit Shah, aos chefes de Governo dos estados do país.

A Índia ordenou na quinta-feira a todos os cidadãos paquistaneses, exceto diplomatas, que abandonem o país, em retaliação pelo ataque de terça-feira na Caxemira indiana, que matou 26 civis e pelo qual Nova Deli atribui responsabilidades a Islamabad.

Os vistos comuns vão ser revogados no domingo, enquanto os vistos médicos vão expirar dois dias mais tarde, na terça-feira.

A ordem fez aumentar o tráfego da única fronteira terrestre entre a Índia e o Paquistão, conhecida como Attari-Wagah.

Islamabad nega responsabilidades no ataque, entretanto reivindicado por um grupo militante até agora desconhecido autointitulado 'Resistência de Caxemira'.

Em retaliação à decisão de revogação dos vistos de cidadãos paquistaneses, o Paquistão cancelou, na quinta-feira, os vistos de cidadãos indianos, fechou o espaço aéreo a companhias detidas ou operadas pela Índia, e suspendeu todo o comércio com a Índia, incluindo de e para qualquer país terceiro.