"O compromisso que temos é resolver este conflito com base na Resolução 1701", disse Hochstein aos jornalistas, em declarações feitas na capital libanesa, Beirute, admitindo, no entanto, que o simples facto de ambas as partes se comprometerem a respeitar essa resolução "não é suficiente".
A resolução 1701, que colocou um fim a um conflito entre Israel e o Hezbollah em 2006, prevê a cessação das hostilidades de ambos os lados da fronteira e que apenas as forças de manutenção da paz da ONU e o exército libanês podem ser destacados para o sul do Líbano.
Nas mesmas declarações, feitas após uma reunião com o presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, aliado do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, Amos Hochstein avisou que "não é do interesse do Líbano" ligar o seu destino "a outros conflitos na região".
Hochstein - que disse estar a trabalhar "incansavelmente" por um cessar-fogo, desde que a violência entre Israel e o Hezbollah se transformou numa guerra aberta, em 23 de setembro -- assegurou que é objetivo de Washington é pôr fim ao conflito "o mais rapidamente possível", reforçando que a Resolução 1701 deve ser a base do entendimento.
"A Resolução 1701 conseguiu pôr fim à guerra em 2006. Contudo, (...) ninguém fez nada para a implementar", lamentou o enviado especial dos Estados Unidos da América (EUA).
Nesta deslocação ao Líbano, Hochstein reuniu-se também com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, que apelou à ONU para adotar uma resolução para um "cessar-fogo imediato".
O fogo cruzado entre o grupo libanês Hezbollah e Israel, iniciado em 08 de outubro de 2023, evoluiu nas ultimas semanas para uma situação de guerra, com bombardeamentos constantes das forças israelitas, que também têm efetuado incursões terrestres.
Os ataques israelitas mataram dirigentes de topo do Hezbollah, incluindo o líder do grupo xiita pró-iraniano, Hassan Nasrallah, e provocaram a fuga de dezenas de milhares de pessoas, tanto para outras zonas do Líbano como para a Síria.
O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado uma ofensiva israelita Faixa de Gaza.
RJP // SCA
Lusa/Fim