
O cabeça-de-lista do PS-Madeira às eleições legislativas nacionais, Emanuel Câmara, teceu duras críticas à secretária regional de Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, acusando-a de estar “completamente alheada da realidade” e de demonstrar “uma profunda ignorância em relação à situação vivida por muitos trabalhadores e famílias madeirenses”.
As declarações surgem na sequência de uma afirmação da governante madeirense, que, segundo o socialista, terá dito que “não há razão de queixa por parte dos trabalhadores madeirenses”. Emanuel Câmara reage com indignação: “Como é que quem recebe os salários médios mais baixos do País não pode ter razões de queixa?”, questiona, referindo que os dados estatísticos apontam para uma diferença de 94 euros entre a remuneração média mensal na Região Autónoma da Madeira e a do restante território continental.
O candidato denuncia ainda o que considera ser uma postura “hipócrita e insensível” por parte do Governo Regional, salientando a gravidade acrescida por estas palavras virem de quem detém a tutela da Inclusão. Emanuel Câmara lembra que a Madeira está entre as regiões com maior risco de pobreza e exclusão social e chama a atenção para o facto de muitos madeirenses não conseguirem fazer face aos custos com rendas e outras despesas, mesmo estando empregados, como demonstra o elevado número de famílias à espera de habitação social.
Apesar da indignação, o candidato afirma não estar surpreendido com estas declarações, recordando que Paula Margarido, enquanto deputada do PSD à Assembleia da República, já havia declarado que a pobreza na Madeira era uma “miséria de cabeça” e atribuída ao “álcool e às drogas”.
Emanuel Câmara reforça a importância das eleições de 18 de Maio, apelando ao voto no PS como forma de “continuar a exigir na República uma política de valorização dos salários e dos trabalhadores”. O socialista reafirma ainda o compromisso do partido com o aumento dos rendimentos, propondo atingir os 2.000 euros de salário médio mensal e 1.100 euros de salário mínimo até ao final da próxima legislatura. “Aquilo que foi conseguido até agora deveu-se às medidas do Governo socialista em sede de concertação social e é por isso que é fundamental reforçar a confiança no PS, para voltarmos a trilhar este caminho”, conclui.