"Quantos mais votos a nossa candidatura, esta candidatura de Abril, conseguir garantir e mobilizar no próximo dia 24, menores possibilidades Marcelo Rebelo de Sousa, apoiado por PSD e CDS, tem de ser eleito Presidente da República", justificou Edgar Silva, num jantar-comício em Moura, Beja.
Com a certeza de que as cerca de 200 pessoas presentes já tinham decidido ir votar, o membro do Comité Central comunista disse que "é preciso mais".
"Que cada uma e cada um dos que aqui estão traga cinco, dez, 15, 20, que não traga apenas cinco [outros eleitores]. Que cada um faça uma listagem, nome a nome, daqueles e daquelas com quem temos de ir conversar, explicar, esclarecer para os ganhar para esta batalha porque os valores de Abril podem ser triunfantes no dia 24 de janeiro. Está na nossa mão", afirmou.
A regionalização, uma das "bandeiras" da candidatura, sem necessidade de referendo, uma vez que está prevista na Constituição da República, foi novamente abordada nesta zona interior do país.
"Chegou ao ponto em que, em muitos lugares, depois de acabarem com a escola, o centro de saúde, o posto da segurança social, de desativarem tudo, tudo, tudo, até a freguesia - o polo mais avançado do Estado para atender, ouvir e procurar resolver -... Raios partam, até a freguesia eles quiseram roubar ao povo!", reclamou o deputado regional madeirense.
Para o candidato ao Palácio de Belém "esta situação não pode continuar".
"É verdade que o Presidente não é Governo e não tem poderes para decidir atos de governo, mas não pode virar costas ao povo de Portugal. Deveria estar completamente identificado com o povo, não só ter uma relação de proximidade, mas haveria de ser o primeiro e último provedor do povo do país, aquele em quem o povo, sobretudo quando mais ninguém resolvesse. O povo português saberia que, em última instância, teria ali o seu defensor, incansável e inesgotável na tarefa de o defender", desejou, entre críticas ao desempenho de Cavaco Silva.
Antes do discurso, Edgar Silva foi agraciado com uma atuação do grupo coral feminino de Sobral da Adiça, que falava de flores raras de montanha, como as orquídeas da serra ou as rosas albardeiras, aproveitando o facto para vincar que "importa preservar" as coisas "raras e únicas na sua beleza", como os "valores preciosíssimos de Abril".
Curiosamente, a candidata apoiada pelo BE, Marisa Matias, também tem visto associada a si uma flor, a camélia, com a justificação de que "não há duas iguais".
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