
O Presidente norte-americano declarou que Israel poderá atacar as instalações nucleares do Irão, mas que Teerão pode evitar o conflito cedendo mais terreno nas negociações sobre o programa nuclear com Washington.
"Não estou a dizer que esteja iminente, mas parece que é qualquer coisa que poderia muito bem acontecer", afirmou Trump à comunicação social, que lhe perguntou se pensa que Israel atacará o Irão.
Donald Trump aproveitou para pedir a Israel para não atacar o Irão, argumentando que um acordo sobre o programa nuclear de Teerão está próximo.
"Estamos bastante próximos de um bom acordo", disse Trump, acrescentando sobre Israel: "Não quero que eles intervenham, porque acho que isso iria estragar tudo".
O Irão anunciou que tenciona proceder a um aumento significativo da produção de urânio enriquecido, depois de a ONU ter adotado uma resolução que condena o país pelo incumprimento das obrigações sobre energia nuclear.
A resolução foi adotada pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) das Nações Unidas.
Após conhecida a decisão da agência da ONU, o porta-voz da Organização de Energia Atómica do Irão, Behruz Kamalvandi, disse que a República Islâmica está a substituir as centrifugadoras de primeira geração por equipamento avançado de sexta geração na central de enriquecimento nuclear de Fordo, a sul de Teerão.
O responsável iraniano acrescentou que as mudanças significam que a produção de "material enriquecido vai aumentar significativamente".
O texto da resolução da AIEA foi redigido pelo Reino Unido, pela França e pela Alemanha (o chamado grupo E3, ou os três europeus), em associação com os Estados Unidos.
A resolução foi aprovada em Viena, sede da AIEA, por 19 dos 35 países participantes, indicaram várias fontes diplomáticas citadas agência de notícias francesa France-Presse. A Rússia, a China e o Burkina Faso votaram contra. Onze países, entre os quais a África do Sul, a Índia, o Paquistão, o Egito, a Indonésia e o Brasil, abstiveram-se.
Antes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do sultanato de Omã tinha anunciado a realização em Mascate, no próximo domingo, da sexta ronda de negociações entre os Estados Unidos e o Irão sobre o programa nuclear de Teerão.
O anúncio feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr al-Busaidi, ocorre na altura em que os Estados Unidos estão a reduzir a presença de funcionários diplomáticos que não são considerados essenciais no Médio Oriente, devido à agitação regional.
O Irão já tinha anunciado a realização da sexta ronda de conversações, mas a diplomacia de Omã, entidade mediadora, ainda não tinha confirmado o encontro.