
A criação de espaços verdes e o reforço de estímulos à diversificação económica naquela que é a capital mundial do jogo para desenvolver indústrias sem ligações diretas ao setor turístico foram outras das preocupações manifestadas pelos deputados na apresentação do Plano Diretor de Macau (PDM) aos parlamentares na Assembleia Legislativa (AL).
Os representantes do Governo salientaram que a habitação deverá ocupar 22% da área total dos solos de Macau, que em 2019 recebeu quase 40 milhões de turistas e é uma das cidades mais densamente povoadas do mundo, com 685.400 habitantes.
Por outro lado, sublinharam as autoridades, já se estima para os novos aterros mais de 50 mil frações, prevendo-se um aumento da área habitacional na Ilha Verde, da Taipa e de Seac Pai Van.
Se os esforços de renovação urbana vão dar prioridade às zonas densamente povoadas, o plano para os próximos 20 anos vai também responder às atuais exigências de mobilidade dos residentes e à pressão rodoviária nas pontes e de circulação para aquela que é a fronteira mais concorrida com a China continental, as Portas do Cerco, salientou o Governo.
Questionado sobre o prazo e preço da empreitada mais mediática que consta do PDM, o troço leste do metro ligeiro que ligará precisamente a ilha da Taipa e as Portas do Cerco, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, admitiu que não conseguia responder por não ter informação suficiente, mas que pretendia avançar brevemente com a adjudicação.
O PDM demorou cinco anos a ser desenhado e vai na oitava versão, devendo ser revisto a cada cinco anos.
Para além de várias diligências administrativas exigidas para a concretização do plano, que devem estar concluídas até final de setembro de 2021, o PDM só irá ganhar forma com a criação de 18 planos de pormenor.
As consultas públicas tanto da linha leste do metro ligeiro e do Plano Diretor já arrancaram e terminam em 02 de novembro.
O PDM abrange também a área marítima de 85 quilómetros quadrados sob jurisdição de Macau desde dezembro de 2016.
A nova linha de metro ligeiro, de 7,65 quilómetros de extensão, prevê seis estações entre a zona norte da península e a ilha da Taipa, ligando a fronteira com a China continental à zona que serve o aeroporto e o terminal marítimo em cerca de 15 minutos, onde já existe uma linha, inaugurada no final de 2019.
No mesmo dia da apresentação, procedeu-se à abertura de propostas da linha Seac Pai Van do metro ligeiro. Todas as propostas foram admitidas, variando entre 896 milhões de patacas (95 milhões de euros) e mais de 975 milhões de patacas (103,3 milhões de euros), com os prazos de execução entre os 490 e 820 dias de trabalho. O início da empreitada da linha de 1,6 quilómetros de extensão está previsto para o final de 2020.
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