
Entre inquéritos, denúncias, investigações sumárias e diligências solicitadas, a Polícia Judiciária de Macau registou, em 2020, 1.114 crimes relacionados com o jogo, enquanto em 2019 tinha registado 5.428.
No relatório anual divulgado hoje, entre os crimes mais relevantes a PJ identificou 72 casos de agiotagem para jogo e 32 casos de sequestro associado à agiotagem para jogo, uma diminuição em cerca de 90% em relação a 2019, justificada pela "diminuição significativa do número de visitantes" devido às restrições fronteiriças para combater a pandemia.
Em relação a casos de violência doméstica, a PJ "abriu um total de 116 investigações 'ad hoc' envolvendo agressões entre membros da família, representando um aumento de 8,4% em relação ao mesmo período do ano passado".
"O aumento do número de conflitos familiares no ano passado não pode ser excluído como resultado do aumento do número de membros da família que ficaram em casa devido à epidemia e ao aumento do atrito devido a fatores financeiros ou outros fatores negativos", lê-se no relatório.
Já o número de casos de violação e assédio sexual diminuiu 32,6% e 27,8%, respetivamente, mas as agressões sexuais a crianças e o material pornográfico relacionado com menores registaram aumentos.
No ano passado houve 19 casos de agressão sexual a crianças, mais oito casos do que em 2019. "A maioria destes casos ocorreu em contextos educativos ou em ambiente doméstico", frisaram as autoridades.
Outro crime sexual que aumentou no último ano foi o de casos de pornografia envolvendo menores, com 129 casos registados no ano.
"Para combater o material pornográfico envolvendo menores, a PJ tem vindo a intensificar a sua cooperação com a Interpol", indicaram.
A PJ dá ainda conta que em 2020 foram instruídos no total 9.291 processos criminais, menos 40,38% que em 2019, o número total de processos criminais concluídos na PJ foi de 11.427 (menos 25,5%) e foram presentes ao Ministério Público 1.719 indivíduos, enquanto que em 2019 foram 4.191.
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