
De acordo com fonte da empresa pública cabo-verdiana NOSi (Núcleo Operacional da Sociedade de Informação), que assegura o tratamento tecnológico das eleições legislativas, foi estabelecida para o efeito uma "parceria" com as duas operadoras de telecomunicações nacionais, Cabo Verde Telecom e Unitel T+, pelo que a "navegação nesta plataforma será gratuita".
"Ou seja, não serão descontados megas [Megabytes, tráfego de dados], para que os cidadãos tenham a possibilidade de acompanhar os resultados", explicou a mesma fonte, acrescentando que através do site oficial www.eleicoes.cv começarão a ser disponibilizados dados provisórios do escrutínio a partir das 19:00 locais (21:00 em Lisboa) de domingo.
Mais de 393 mil eleitores cabo-verdianos são chamados no domingo às urnas para as sétimas eleições legislativas de Cabo Verde, escolhendo entre 597 candidatos de seis partidos os 72 deputados ao parlamento na próxima legislatura.
Nesta votação, que vai definir o Governo para os próximos cinco anos e que acontece num momento de recordes diários de novos infetados por covid-19 no arquipélago, os cabo-verdianos vão ter mais uma hora para votar, face às legislativas de 2016, com a abertura das mesas antecipada para as 07:00 locais (09:00 em Lisboa), como prevenção à pandemia.
A medida, tomada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), visa "garantir o cumprimento das normas sanitárias vigentes no país" e por outro lado "evitar a aglomeração de pessoas no dia da votação".
Para estas eleições estão previstas 1.245 mesas de voto no arquipélago e 246 para diáspora, para um total de 393.166 eleitores recenseados, segundo a CNE.
Em todo o território nacional, a admissão de eleitores na assembleia de voto vai poder ser feita até às 18:00 locais (20:00 em Lisboa).
O número máximo de eleitores por mesa é fixado em 350 eleitores, para o território nacional, "tendo em vista minimizar os constrangimentos logísticos, nomeadamente a falta de edifícios públicos e de cidadãos para desempenharem as funções de membros de mesa de voto", de acordo com a CNE.
Aos eleitores será disponibilizado álcool gel para higienização das mãos à entrada de cada mesa de assembleia de voto, devendo os mesmos observar o distanciamento social mínimo de 1,5 metros nas filas junto às mesas das assembleias de voto, sendo ainda "priorizada" a votação dos eleitores que integram os grupos de risco, nomeadamente idosos e doentes crónicos.
De acordo com os editais da CNE consultados pela Lusa, as listas que se apresentam aos eleitores contam com 597 candidatos, começando com 15, entre efetivos e suplentes, no círculo eleitoral da ilha do Maio, até aos 168 em Santiago Sul, que inclui a capital, Praia.
Nas eleições legislativas cabo-verdianas são eleitos para um mandato de cinco anos 72 deputados, dois dos quais pelo círculo de África, dois pelo círculo da América e dois pelo círculo da Europa e resto do mundo.
A ilha de Santiago vai eleger 33 dos 72 deputados nas eleições legislativas, contando com mais um deputado face à votação de 2016, conforme distribuição feita pela CNE após concluído o recenseamento eleitoral.
As estas legislativas concorrem, em todos os 13 círculos eleitorais no país e no estrangeiro, o Movimento para a Democracia (MpD), Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID), todos com representação parlamentar.
Depois, o Partido Popular concorre em cinco círculos, o Partido Social Democrata em quatro e o Partido do Trabalho e da Solidariedade em cinco.
O MpD, então na oposição, venceu com maioria absoluta (quase 54% dos votos) as eleições legislativas em 2016, afastando do poder, ao fim de 15 anos, o PAICV (ambos os partidos já venceram, cada um, três eleições legislativas).
Cabo Verde conta com uma população de cerca de 550 mil pessoas, mas estima-se que a comunidade cabo-verdiana na diáspora ultrapasse o milhão.
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