"Apelamos a todos os congressistas a serem tolerantes, a saber viver na harmonia, mesmo com a diversidade de ideias", declarou José Domingos.

Domingos falava na cidade da Beira, capital da província de Sofala, centro do país, durante o discurso de abertura do terceiro congresso do MDM, cujo ponto principal na agenda será a eleição de um novo líder.

Perante mais de 600 congressistas de todo o país e na presença de convidados dos partidos políticos com assento parlamentar, o secretário-geral do MDM defendeu que os interesses da organização devem estar acima das ambições particulares dos membros.

José Domingos assinalou que o terceiro congresso acontece numa altura em que o país enfrenta uma situação difícil, devido à pandemia de covid-19 e violência armada na província de Cabo Delgado, norte do país.

"Moçambique vive adversidades dos efeitos combinados da pandemia e do terrorismo nos distritos nortenhos de Cabo Delegado, que já ceifaram milhares de vidas humanas", frisou Domingos.

Acusou o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de má governação e incapacidade para travar a corrupção e crime organizado.

O partido no poder, prosseguiu, tem sido impotente para aliviar o sofrimento da população moçambicana e tem falhado na gestão económica do país, resultando num acentuado empobrecimento.

"As elevadas taxas do IVA, crime organizado, raptos e corrupção dificultam, a cada dia que passa, a vida do cidadão", destacou.

A eleição do novo líder do MDM vai decorrer amanhã, devendo o próximo presidente do partido substituir Daviz Smango, que morreu em fevereiro vítima de complicações de saúde.

Concorrem à presidência da terceira maior força política de Moçambique José Domingos, secretário-geral, Lutero Simango, irmão do ex-líder e chefe da bancada parlamentar do MDM, e Silvério Ronguane, académico e deputado na Assembleia da República.

Daviz Simango foi único presidente do MDM desde a sua criação, em 2009.

O MDM governa o município da Beira, segunda maior cidade do país, e tem seis deputados na Assembleia da República.

A FRELIMO) detém uma maioria qualificada de 184 dos 250 assentos e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), a principal força de oposição, detém 60.

 

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