Esta sala de cinema, com cerca de 200 lugares e uma das poucas em Lisboa que existem fora de centros comerciais, está encerrada desde 13 de março por causa das medidas de contenção da covid-19, e anuncia hoje a reabertura a 01 de junho com o filme "Retrato da rapariga em chamas", de Céline Sciamma.

A reabertura acontecerá com "desinfeção e limpeza permanentes", com "a lotação da sala limitada a uma em cada duas filas e dois lugares de intervalo entre espectadores" e recomendação de reserva de bilhete antecipadamente, refere o exibidor Pedro Borges em comunicado.

A decisão do Cinema Ideal é revelada ainda antes de se conhecerem oficialmente as regras de higiene e segurança estipuladas pelo Governo para a reabertura de cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculos.

De acordo com o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), a rede portuguesa de exibição comercial de cinema integra 535 salas, com cerca de 99 mil lugares.

Além do Cinema Ideal, a exibidora Medeia Filmes revelou na página oficial que reabrirá o cinema Nimas, também em Lisboa, a 10 de junho, mas os detalhes sobre condições de acesso e segurança serão revelados em conferência de imprensa a 01 de junho.

O Cinema Trindade, no Porto, conta reabrir em junho com "a estreia forte" de um filme português, mas pouco mais o exibidor Américo Santos quis adiantar à agência Lusa porque também aguarda mais informações por parte do Governo.

"Se não houver nada de muito complicado, abrimos a 01 de junho, mas vamos conviver com uma realidade nova, é preciso saber como reabrir e ter tempo para adaptar as normas", disse à Lusa.

Contactada pela Lusa, fonte da exibidora NOS Cinemas -- líder do circuito da exibição comercial - disse que não tem qualquer informação oficial sobre a reabertura das 219 salas que detém, porque também quer saber oficialmente o que decide o Governo sobre lotação exigida e conduta dentro da sala de cinema.

Nos contactos efetuados nos últimos dias com outros exibidores, fonte da empresa NLC -- Cinema City, a terceira maior exibidora em Portugal, com 46 salas de cinema, indicava à agência Lusa que estava a preparar a reabertura, "mas nunca para dia 01", porque "como todo o mercado de cinema, a nível nacional e internacional, não reúne as condições necessárias para a abertura no início de junho".

Segundo o ICA, a NOS Cinemas é a maior exibidora nacional, com 219 salas em todo o país, o que representa 40,9% do total de ecrãs. Seguem-se Cineplace (85 salas), NLC Cinema City (46 salas), UCI (45 salas) e Socorama (31 salas).

As salas de cinema fecharam de forma gradual até 18 de março, por causa das medidas restritivas para conter a pandemia daquela doença, e isso refletiu-se numa quebra abrupta tanto em número de espetadores como em receitas de bilheteira.

Segundo o ICA, em março contabilizaram-se 254.673 espectadores na rede de exibição de cinema, ou seja, menos 76,6% do que em março de 2019, quando tinham sido registadas mais de um milhão de entradas.

Em receita de bilheteira, em março deste ano registaram-se 1,3 milhões de euros, quase cinco vezes menos do que em março de 2019, mês em que se contabilizaram 5,8 milhões de euros.

SS // TDI

Lusa/fim