Cinco reclusos evadiram-se esta manhã da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre. Em todo o país estão a decorrer buscas, discretas, e nem a própria GNR confirma esta situação.
A fuga, perpetrada cerca das 9 da manhã, só foi detetada ao meio-dia, durante a chamada para o almoço.
Os reclusos: dois portugueses, dois romenos e um inglês fugiram, através do muro que protege a prisão, conforme documentam as imagens das câmaras do estabelecimento prisional a que o Expresso teve acesso.
“Saíram das celas para o pátio e depois, com uma escada que estaria escondida no exterior, escalaram o muro de seis metros de altura e escaparam”, contou ao Expresso um elemento do Corpo da Guarda Prisional.
A fuga contou com o auxílio de “três indivíduos que aguardavam no exterior, que colocaram a escada para saltar a rede, sendo que os reclusos entraram num Mercedes preto de pequenas dimensões”, revela fonte ligada às buscas.
“Foram usadas 3 lanços de escadas de alumínio, camufladas na parede e nem nas imagens de videovigilância se conseguem ver”, conta um dos envolvidos nas buscas.
Os cinco reclusos “são todos considerados perigosos e com necessidade de escolta para saídas no exterior”. Um destes reclusos “já usou uma arma de fogo contra um elemento de um órgão de polícia criminal”, reforça a citada fonte.
No momento da fuga, os cinclo reclusos estavam sem “acompanhamento do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional, o que é habitual dada a perigosidade dos detidos estava sem vigilância no momento em que escapou”, conta um outro guarda.
Apesar de as autoridades policiais já terem sido alertadas, e da perigosidade de um foragido, “as buscas estão a ser feitas de forma discreta”, adianta o guarda prisional.
Em Vale de Judeus há 507 reclusos e “poucos guardas prisionais, somos meia dúzia para tratar de uma prisão inteira”, alerta aquele responsável.
Ao Expresso o Comando Geral da GNR não confirmou a existência das buscas pelos foragidos.
Certo é que em sucessivos alertas o Sindicato da Guarda Prisional tem alertado para a falta de 1.500 guardas prisionais, oq e tem deixado as prisões “m situação de alta vulnerabilidade.
O Expresso já pediu, sem sucesso, esclarecimentos ao gabinete de Rita Júdice, ministra da Justiça com a tutela das prisões.
Os guardas prisionais assumem que “estão desesperados com a falta de efetivos, que coloca em risco a segurança daas prisões e por arrasto da sociedade.
Só este ano já houve 16 agressões a guardas prisionais e isto porque, alertam vários elementos, “não conseguirmos garantir a segurança nos espaços prisionais e os reclusos ficam entregues a si próprios.
Desde o início do ano que o Sindicato dos Guardas Prisionais tem alertado para a falta de segurança nas prisões, tendo sido convocadas várias greves de zelo.
A Direção-Geral dos Serviços Prisionais não tem aberto concursos para o Corpo da Guarda Prisional que garantem a segurança dos 50 estabelecimentos, onde estão detidos 12383 reclusos, 198 dos quais, incluindo os cinco agora foragidos, são considerados presos de “alto risco”.
Em Portugal os peritos do Mecanismo Nacional de Proteção avaliam cinco prisões como estando em sobrelotação, com taxas de 125,4%.