Através de comunicado enviado este domingo à imprensa, o Chega-Madeira classificou a Proposta de Orçamento Regional para 2025 (ORAM 2025) como um documento tecnocrático que não responde às necessidades reais da população, criticando particularmente a falta de medidas para os trabalhadores da administração pública regional.

O partido, através do seu líder Miguel Castro, destacou várias omissões graves no documento orçamental. Entre as mais significativas está a "ausência de qualquer previsão orçamental ou regulamentar para a aplicação da resolução aprovada pela Assembleia Legislativa, por proposta do Chega, sobre a valorização do tempo de serviço dos professores vindos do sector privado."

Esta situação representa, segundo o Chega, um desrespeito institucional, uma vez que o Governo Regional se havia comprometido a corrigir esta "injustiça histórica", mas acabou por ignorar o compromisso no ORAM 2025.

O partido denuncia ainda outras lacunas no orçamento, referindo que este "não assegura um regime contínuo e justo de progressões na carreira, mantendo os 6 pontos apenas para 2025, criando desigualdade face aos Açores; não garante a circularidade dos pontos entre regiões, penalizando a mobilidade profissional e a valorização de carreira e continua a privilegiar institutos e gabinetes com milhões de euros, como a ARDITI, sem impacto directo na vida da maioria dos madeirenses e alocando milhões de financiamento regional para esses projectos, já muito bem financiados a nível comunitário, e mantém lacunas na resposta à habitação, aos cuidados de saúde primários e aos apoios reais à agricultura familiar e à pesca."

Apesar das críticas, o Chega reconhece três medidas positivas que considera terem resultado da sua pressão política na Assembleia: a criação do Gabinete Autónomo da Transparência e de Prevenção da Corrupção, a introdução de metas para tempos máximos de espera na Saúde, e a previsão de bolsas de terrenos públicos para habitação a custos controlados.

No entanto, Miguel Castro considera "que estes avanços são insuficientes e não compensam o desfasamento geral entre o orçamento apresentado e as verdadeiras necessidades da população."

O Chega anuncia que, durante a discussão na especialidade, irá apresentar propostas concretas que na sua opinião visam corrigir as desigualdades identificadas, fiscalizar gastos considerados injustificados e garantir o cumprimento dos compromissos assumidos com os trabalhadores e a população em geral.