O deputado do Chega pela Madeira à Assembleia da República, Francisco Gomes, "manifestou preocupação com o que diz ser 'o gradual desaparecimento da classe média na Madeira'. As declarações do parlamentar do Chega são baseadas nos dados recentemente divulgados pelo Núcleo Regional da Madeira da Rede Europeia Anti-Pobreza, que revelam que a taxa de privação material e social severa já ultrapassa os 5% na Região Autónoma da Madeira", lê-se numa nota divulgada esta manhã.

Para o deputado, "tais números refletem situações em que as famílias não conseguem satisfazer necessidades básicas de vida, o que, a seu ver, é inaceitável numa região que apresenta valores alegadamente recorde do Produto Interno Bruto (PIB)", acrescentando que "teme que a Madeira esteja a caminhar para um modelo de sociedade 'profundamente desigual', onde se distinguem dois grupos cada vez mais distantes - 'os que tudo têm e os que pouco ou nada possuem' - enquanto a classe média, que diz ser essencial para a coesão social, vai 'desaparecendo silenciosamente'", lê-se no texto.

Francisco Gomes inclusive afirma que "estamos perante duas histórias que não batem certo. De um lado, o governo que diz que os indicadores económicos estão em alta. Do outro, milhares de pessoas presas num ciclo de pobreza. Algo está mal neste filme e a realidade não pode ser escondida".

O deputado em Lisboa sublinha que, "a seu ver, uma das faces mais inquietantes do panorama regional é a persistência de famílias em situação de pobreza, mesmo quando os dois adultos estão empregados. Na sua opinião, isso demonstra que a economia madeirense assenta, cada vez mais, em salários baixos e vínculos laborais frágeis, que não asseguram um nível de vida digno", acrescenta.

E atira: "A Região não pode ser uma economia de salários mínimos e empregos precários. Não podemos aceitar que quem trabalha viva pior do que quem não trabalha. Isso é injusto e apenas desincentiva o mérito, enquanto recompensa quem vive à custa daqueles que lutam de sol a sol."

Para o parlamentar, urge "implementar uma nova visão económica, centrada na valorização da classe média e no apoio efetivo às famílias madeirenses. Também defende a redução da carga fiscal sobre quem trabalha, o incentivo à produtividade e o apoio às empresas que investem na criação de emprego estável e bem remunerado", aponta.

E conclui: "O Chega continuará a lutar por uma economia justa, onde quem trabalha é valorizado, onde as famílias podem prosperar e onde a dignidade humana seja respeitada. Não queremos uma Madeira dividida entre ricos e pobres, mas uma sociedade com oportunidades reais para todos."