De acordo com um documento de suporte orçamental para 2021, consultado hoje pela Lusa, o Governo assume que a Agenda Estratégica de Desenvolvimento Sustentável de Cabo Verde integrará o Plano Diretor do Setor Elétrico, o qual "prevê uma taxa de penetração das energias renováveis de 30,15% em 2023 e 53,5% em 2030".

A meta passa por atingir uma produção de 755,62 GWh (Gigawatts hora) em 2025 e 847,63 GWh em 2030, "o que implica investimentos da ordem dos 780 milhões de euros até 2030", reconhece o Governo.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, assumiu anteriormente a meta de o país chegar a 2030 com mais de 50% de energia produzida por fontes renováveis, para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, partindo dos menos de 20%.

A meta seguinte é ter 100% de energia renovável em 2040, incluindo mobilidade elétrica.

"É o nosso modesto contributo para a redução das emissões de gases com efeito de estufa nos transportes", afirmou Ulisses Correia e Silva, em setembro de 2019, no discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Na proposta orçamental para 2021, o Governo prevê, entre outras medidas, a bonificação em 50% dos juros dos créditos bancários contratualizados pelas famílias, bem como micro e pequenas empresas, para aquisição de equipamentos e serviços de instalação, destinados à microprodução de energia renovável.

Dados do grupo estatal Electra, que assume a produção e distribuição de eletricidade em Cabo Verde, referem que a energia total produzida em 2019 no arquipélago ascendeu a 443,6 GWh, um aumento de 14,1 GWh (3,3%) em relação ao período homólogo de 2018.

A taxa de penetração total de energias renováveis desceu 2,2 pontos percentuais, para 18,6% do total, proveniente dos parques públicos, nomeadamente eólicos (600 KW) e solares fotovoltaicos (6.750 KW), mas também dos parques privados eólicos (23.450 KW) instalados nas ilhas de Santiago, São Vicente, Sal e Santo Antão.

Contudo, segundo o relatório e contas de 2019 da Electra, decorre atualmente o processo de negociação com novos promotores de Parcerias Público-Privadas (PPP) para a instalação de novo parque solar fotovoltaico de 10 MW na ilha de Santiago.

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