"A candidatura será apresentada de forma conjunta por Cabo Verde, Portugal, Angola e Guiné-Bissau, num gesto de afirmação da memória histórica comum e de compromisso com a valorização do património ligado à resistência e à luta pela liberdade", lê-se em comunicado.

A divulgação vai ser feita junto de entidades públicas e parceiros estratégicos, com vista à "mobilização institucional e comunitária" em torno de uma "causa de elevada importância histórica e patrimonial", acrescentou.

A ideia da candidatura conjunta foi reforçada há um ano, durante as celebrações dos 50 anos de libertação dos presos políticos do Tarrafal e que juntaram no local os chefes de Estado dos quatro países (o Presidente angolano, João Lourenço, fez-se representar pelo ministro da Defesa).

O antigo Campo de Concentração do Tarrafal tem sido beneficiado enquanto espaço museológico, seguindo propostas da UNESCO.

O campo foi criado em 1936 e recebeu os primeiros 152 presos políticos, portugueses, em 29 de outubro do mesmo ano, tendo funcionado até 1956.

Reabriu em 1962, com o nome de "Campo de Trabalho de Chão Bom", destinado a encarcerar os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. 

Ao todo, foram presas no "campo da morte lenta" mais de 500 pessoas.

Numa lápide evocativa erguida no interior do campo estão inscritos os nomes de 36 pessoas que ali morreram: 32 portugueses, dois guineenses e dois angolanos.

Após a sua desativação, o complexo funcionou como centro de instrução militar e desde 2000 alberga o Museu da Resistência.

Em 2004 foi classificado Património Cultural Nacional e integra a lista indicativa de Cabo Verde a património da UNESCO.

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