Em declarações na cidade da Praia, no ato de lançamento de "Embaixadores da esperança", Ulisses Correia e Silva disse que o programa televisivo apresenta histórias de vida de muita gente que "caiu no poço" devido à ligação ao álcool e à droga e conseguiram superar, e hoje deram a cara e contagiam os outros de uma forma preventiva.

"Cada episódio é melhor que outro e todos são muito bons", disse o chefe do Governo, acrescentado que as mensagens transmitidas no programa são "muito fortes" e que vale a pena ter a vivência pela mensagem de experiências partilhadas e pela atitude.

O governante apontou que esses "vencedores dos vícios" poderiam ter vários nomes, e citou como exemplo "Heróis da Esperança", porque muita gente "caiu no poço", mas souberam superar por força de Deus e por vontade própria.

"Esta iniciativa representa algo que não deixa ninguém indiferente, não apresenta vítimas, representa gentes com atitude e resiliência", definiu.

Ulisses Correia e Silva afirmou que não há um discurso e uma mensagem de vitimização, mas há de superação, de resiliência e de vencer na vida e procurar um novo rumo.

"O dinheiro financiado para produzir este programa, valeu a pena", realçou o primeiro-ministro, acrescentado que em termos de mensagens, de depoimentos e da positividade que o programa transmite para a sociedade, dá esperança a todos aqueles que pretendem superar da dependência de bebidas alcoólicas e do uso abusivo do álcool.

O programa televisivo "Embaixadores da Esperança" surgiu na sequência de várias visitas que o primeiro-ministro realizou a diversas comunidades terapêuticas no país.

Vão ser realizados 12 programas, com a duração de 12 minutos cada, e cada edição terá um depoimento na primeira pessoa, de jovens de diferentes ilhas que superaram a dependência do alcoolismo e de outras drogas.

Um estudo apresentado em 29 de outubro concluiu que um em cada cinco cabo-verdianos diminuiu a frequência e quantidade de consumo de bebidas alcoólicas durante a pandemia de covid-19, concluindo, por outro lado, que quase três em quatro não alteraram os hábitos.

Um diagnóstico apresentado em setembro de 2019 apontou que o consumo de álcool e drogas estão entre os principais problemas de saúde dos adolescentes cabo-verdianos.

Entre 2002 e 2015, as famílias cabo-verdianas mais do que duplicaram as despesas com bebidas alcoólicas, que representavam 4% do orçamento familiar.

O álcool é a droga mais consumida em Cabo Verde, apresentando uma taxa de prevalência geral de 63,5%, segundo a campanha presidencial "Menos álcool, mais vida!".

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