
O artista plástico português Bordalo II pregou, esta sexta-feira, um enorme jogo de Monopoly no chão da Praça Duque da Terceira, junto ao Cais do Sodré em Lisboa. A iniciativa é uma crítica à crise na habitação que o país enfrenta.
O chamado 'Provoc' foi produzido em lona e apresenta-se como uma adaptação do famoso jogo de tabuleiro criado no início do século XX, que simula transações imobiliárias.
Na rede social Instagram, o artista partilhou um vídeo da obra, acompanhada pela frase: "Onde o direito à habitação é como um jogo."
Em setembro de 2024, o artista português já se tinha manifestado contra a crise da habitação no Miradouro de São Pedro de Alcântara, em Lisboa.
Na altura, partilhou uma imagem do "Desalojamento Local" - nome que deu à obra - em que mostrava quatro tendas montadas explicando que "é urgente regular a loucura da especulação que retira a dignidade a uns para encher os bolsos a outros"
Bordalo II utiliza a arte para fazer crítica social
A 10 de março do ano passado, data das últimas eleições legislativas, Bordalo II "pôs a política no lixo", ao colocar um caixote do lixo, em frente à Assembleia da República, com vários bonecos de fato e sem cabeça lá dentro.
Em abril, Bordalo II colocou uma caixa de medicamentos gigante na campa de António de Oliveira Salazar, no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão. Na caixa, que cobria o local onde está o corpo do antigo ditador, era possível ler o nome do alegado remédio “Liberdade”, identificado como um “Probiótico Antifascista”.
Meses depois, Bordalo IIdecidiu juntar-se ao movimento Climáximo numa campanha de alerta para a necessidade urgente de combater as alterações climáticas. Durante a iniciativa trocaram a publicidade de outdoors por imagens de catástrofes naturais.
Em julho de 2023, a poucos dias do início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Bordalo II fez uma crítica aos milhões de euros gastos na organização do evento, coma obra “Walk of Shame”, uma passadeira com imagens de notas de 500 euros colocada no palco que iria receber o Papa.
Em novembro de 2023, pintou na escadaria de uma estação de comboios em Lisboa a bandeira da Palestina manchada de vermelho em representação das vítimas mortais do conflito em Gaza.