Catarina Martins falava aos jornalistas no Chiado, junto ao memorial dedicado a Alcindo Monteiro, que há 26 anos, no Dia de Portugal, foi assassinado por um grupo de neonazis.

Questionada sobre as explicações dadas pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, em relação ao caso do fornecimento de dados de manifestantes anti-Putin à embaixada russa em Portugal, a coordenadora do Bloco de Esquerda frisou que "o que aconteceu não podia ter acontecido".

"Pelo que foi dito, esse procedimento foi entretanto alterado, mas há ainda muitas perguntas que precisam de resposta e que esperamos que sejam esclarecidas nos próximos dias. Se este procedimento era comum, quer dizer que aconteceu também em outras circunstâncias? Pensemos nas manifestações contra os presos políticos em Angola. A embaixada angolana também recebeu os nomes de quem marcou esses protestos?", perguntou Catarina Martins.

No entanto, Catarina Martins demarcou-se do pedido de demissão de Fernando Medina feito pelo candidato do PSD à presidência da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

"Nós vamos ter eleições [autárquicas]. Portanto, talvez pedir a demissão a poucos meses das eleições seja mais um número de campanha eleitoral do que uma afirmação com consequência. O que aconteceu é grave - e quero falar da gravidade daquilo que aconteceu", salientou, tendo ao seu lado a candidata do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, Beatriz Gomes Dias, a deputada Isabel Pires e o vereador Manuel Grilo.

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