Numa visita a casas do programa público de renda acessível da Câmara de Lisboa, um dos temas sobre os quais recaiu o acordo pós-eleitoral que o BE assinou com o PS em 2017 para governação da cidade, Catarina Martins defendeu que, com "uma maioria absoluta do PS, soluções diferentes que podem resolver problemas estruturais da cidade não vão para a frente".

"Nós estamos com bastante determinação e até com bastante entusiasmo porque mesmo o PS, que era contra medidas como limitar o alojamento local, agora já coloca no seu programa e já acompanha o que o Bloco diz. Mesmo a ideia do programa do Restelo, privado, que era um programa feito pelo PS - que o Bloco votou contra, mas que foi viabilizado pelo PCP com a sua abstenção - agora PS e PCP também percebem que um programa público é que é necessário, é que pode responder à cidade", criticou.

Admitindo que a cidade "tem muitos problemas", a líder do BE explicou aquilo que considera que será a "decisão dos lisboetas" nas eleições autárquicas de 26 de setembro.

"Querem uma maioria absoluta de Fernando Medina ou querem esta força à esquerda para as soluções que contam, para novas soluções que possam resolver o problema da vida das pessoas?", afirmou.

Questionada sobre a disponibilidade para um acordo pós-eleitoral, Catarina Martins reiterou que o BE "está claramente disponível para soluções" e "não tem hesitações nem dúvidas".

"Nós estamos disponíveis para soluções para a cidade com um acordo estratégico para a cidade, para aquilo que vai acontecer", enfatizou.

O BE, de acordo com a sua líder, "nunca aceitou pelouros para dizer que tem um pelouro", mas sim "negoceia projetos para a cidade com a força que tiver dos votos nas eleições de 26 de setembro".

Quando questionada sobre o que é que falhou para que das seis mil casas previstas, apenas 1200 tenham sido construídas no âmbito deste programa, a resposta não se fez esperar: "na habitação falhou o PS".

JF

Lusa/fim