O BE convocou uma reunião da Mesa Nacional para sábado no rescaldo das eleições legislativas e vai abrir um processo de debate interno sobre "erros e acertos", salientando a necessidade de "novas convergências alargadas".

"Nas próximas semanas, com franqueza e abertura, debateremos as razões deste resultado, os nossos erros e acertos, bem como as experiências de organização e comunicação que queremos levar para o futuro. No sábado, reúne-se a direção nacional do Bloco na Mesa Nacional e serão marcados plenários concelhios e distritais", lê-se numa comunicação enviada pela Comissão Política do BE aos militantes, à qual a Lusa teve acesso.

Nesta comunicação, o partido liderado por Mariana Mortágua adianta que quer "ouvir todos os militantes, mas também companheiros e companheiras da esquerda" com quem quer "partilhar o percurso do futuro", salientando que a ascensão da direita exige "novas convergências alargadas" em defesa da Constituição de 1976.

"Pela primeira vez, a direita ultrapassa o limiar dos dois terços que lhe permite alterar a Lei Fundamental. Este facto deve determinar novas convergências alargadas no campo democrático em defesa da Constituição de Abril", é sublinhado.

No início da missiva, os membros da Comissão Política reconhecem que o BE "teve o seu pior resultado de sempre em legislativas" enquadrando-o num contexto de "uma avassaladora viragem à direita".

Salientam ainda que "o Chega cresceu e o somatório das votações do PS e dos partidos à sua esquerda é o mais baixo de sempre".

"O Bloco não se fecha: iremos à luta pela liberdade e pelo futuro da esquerda em todo o país, um espaço aberto de resistência, sem sectarismos. Remar contra a maré de direita exigirá de nós mais organização e militância. Agora com menos recursos, contamos contigo para relançar o Bloco e criar novas formas de organização e participação militante. Vamos fazê-lo juntos", remata a missiva.

No passado dia 18, os bloquistas obtiveram o seu pior resultado de sempre em eleições legislativas, com menos 154.818 votos face a 2024 e passando de cinco parlamentares para uma deputada única: a líder, Mariana Mortágua, cabeça-de-lista por Lisboa.