O ACNUR refere em comunicado que a verba vai ajudar na implementação de projetos virados ao reforço do envolvimento do setor privado na melhoria da inclusão nos sistemas de mercado e empreendedorismo, através da formação e apoio ao desenvolvimento de negócios e acesso aos serviços financeiros.

"Os beneficiários do projeto são os refugiados, requerentes de asilo, deslocados e as suas comunidades de acolhimento, nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, particularmente mulheres e jovens", avança a nota.

O representante do ACNUR em Moçambique, Samuel Chakwera, considerou a iniciativa fundamental para a identificação de soluções de negócios para os refugiados, requerentes de asilo, deslocados e comunidades anfitriãs.

"Este projeto é um grande exemplo de como os meios de subsistência podem ser utilizados como uma ferramenta de proteção dirigida aos mais necessitados, enquanto a sua capacidade de cuidar de si próprios, das famílias e das comunidades aumentará", afirmou Chakwera, citado na nota.

O representante-residente do BAD em Moçambique, Cesar A. Mba Abogo, defendeu a criação de oportunidades económicas em prol dos refugiados e deslocados de guerra, através do apoio a iniciativas do setor privado viradas para estes grupos populacionais.

"O envolvimento do setor privado desempenha um papel importante na recuperação económica e na abordagem e sustentação de fatores de fragilidade e resiliência", declarou Abogo, de acordo com o comunicado.

Dados do ACNUR referem que Moçambique acolhe 28.000 refugiados e requerentes de asilo e mais de 735.000 deslocados pela violência armada na província de Cabo Delgado, enquanto as autoridades moçambicanas falam em 859 mil deslocados.

 A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas é aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques nalguns distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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