
O número de mortos no desabamento do teto de uma discoteca em Santo Domingo foi novamente revisto, subindo para 233, após a morte de uma mulher hospitalizada desde o desastre, em 08 de abril.
Familiares da vítima disseram aos meios de comunicação locais na sexta-feira que a mulher morreu numa clínica na província de San Cristóbal, no sudeste do país, para onde foi levada com ferimentos graves.
Há apenas três dias, a família tinha solicitado publicamente ajuda para cobrir o custo do tratamento médico da mulher, de 35 anos, cuja situação que se complicou depois com problemas renais.
O teto da discoteca desabou na madrugada de dia 08 de abril, quando entre 500 e mil pessoas assistiam a um concerto da estrela do merengue Rubby Pérez, que morreu no acidente. Cerca de 189 pessoas foram resgatadas.
As autoridades adiantaram que 221 pessoas morreram instantaneamente no local, enquanto as restantes morreram nos centros de saúde para onde foram levadas. A tragédia fez também 180 feridos.
Chocados com os acontecimentos, os familiares das vítimas têm exigido explicações sobre as causas da tragédia.
A presidência anunciou a criação de uma comissão de peritos nacionais e internacionais para determinar as causas do acidente.
Os seis dias de luto decretados pelo presidente Luis Abinader terminaram no domingo.
Entre as vítimas mortais estão 18 cidadãos venezuelanos, três hispano-dominicanos, dois cidadãos franceses, um haitiano, um colombiano, um italiano, um queniano e um costarriquenho.
Localizada no Distrito Nacional de Santo Domingo, uma zona conhecida pela sua vida noturna e estabelecimentos de alto nível, a discoteca foi inaugurada em 1994 num edifício construído anteriormente para acolher um cinema.
Em 2023, sofreu um incêndio provocado por um raio que atingiu a instalação elétrica do edifício, mas o estabelecimento foi reaberto pouco tempo depois.
Diversas vozes têm alertado sobre as condições de segurança do edifício da discoteca, depois da divulgação de vídeos que mostram momentos anteriores ao desabamento e que lançam várias dúvidas sobre a supervisão do local e a robustez da estrutura.
O dono da discoteca, Antonio Espaillat, entregou-se à justiça e numa entrevista dada a 23 de abril à televisão local Telesistema, admitiu que os painéis do teto da discoteca estavam sempre a cair, e que alguns deles foram mesmo recolocados no dia da tragédia.
Espaillat, presidente da RCC Media, o segundo maior grupo de media do país, que inclui vários canais de televisão e mais de 50 estações de rádio, reconheceu ainda que o telhado nunca foi examinado para verificar a situação real, apesar das infiltrações.
Considerada agora a maior tragédia do século na República Dominicana, o desastre supera, em termos de número de vidas humanas, o incêndio de 2005 numa prisão em Higuey, no leste do país, que custou a vida a 136 reclusos.