"Penso que vai ser um primeiro teste, depois de testes com trabalhadores do Vanuatu e outros previstos das Ilhas Salomão e da Papua Nova Guines. Depois deveremos o que ocorre com os outros estados", disse Inês Almeida, em entrevista telefónica com a Lusa a partir de Camberra.

A diploma explicou que os agricultores do setor do morango e frutas idênticas na ilha da Tasmânia vão fretar o avião da Qantas que transportará os trabalhadores timorenses, que terão que ter testes negativos à covid-19 e que depois, em Hobart, completam um período de 14 dias de quarentena.

Os trabalhadores foram selecionados pela Secretaria de Estado da Formação Profissional e Emprego (SEFOPE).

Inês Almeida disse que o primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, já falou com os chefes dos Governos estatais australianos para solicitar a reabertura do programa para outras regiões australianas, especialmente tendo em conta os pedidos dos próprios agricultores.

"Cabe a cada Estado tomar a sua decisão. Cada estado tem o seu regulamento e cada estado houve os seus chefes de saúde sobre precauções. Mas penso que isto vai ser um teste para os outros estados para ver se conseguimos reabrir", notou.

A embaixadora disse que o setor agrícola australiano se depara, devido às restrições da covid-19, com grandes carências de mão-de-obra, dada a suspensão quase total do programa de trabalhadores sazonais e o fim das viagens de 'mochileiros', que também faziam algum trabalho nas quintas do país.

"As quintas estão em situação precária em tenros de falta de mão-de-obra. As frutas e verduras estão a apodrecer e estão a perder dinheiro. Este é um programa que beneficia as duas partes"; frisou.

No caso dos trabalhadores timorenses, esta é uma oportunidade importante para voltarem a ter fontes de rendimento adicional para as suas famílias.

"Dou o meu apreço aos timorenses que vieram trabalhar aqui no passado. O esforço todo foi deles, que trabalharam no campo. Os agricultores apreciam muito o trabalho dos timorenses. São bons trabalhadores e por isso querem que os timorenses venham trabalhar", afirmou.

"Eu digo sempre que eu sou embaixadora, porque recebi o título, mas quem são embaixadores do país são eles, que tem vindo a dar uma boa imagem do país", notou.

Entre outros pedidos, Inês Almeida disse que os agricultores do Território Norte querem 150 trabalhadores para o próximo ano.

 

ASP // PJA 

Lusa/Fim