
"Sem uma estratégia conjunta, não vamos ter qualquer resultado palpável. Todas as medidas que forem tomadas devem estar articuladas e a responsabilidade é de todos nós, desde as autoridades até aos condutores", declarou à Lusa Alexandre Nhampossa, presidente da Amviro.
Nhampossa reagia ao acidente que matou 17 pessoas no sábado no distrito da Manhiça, onde há quatro meses já tinham morrido 32 pessoas num outro sinistro, ambos envolvendo transportes coletivos.
Para o presidente da Amviro, o novo acidente na província da Manhiça prova que é importante que as medidas que visam reduzir os altos índices de sinistralidade em Moçambique sejam tomadas antecipadamente.
"Os fenómenos evoluem a uma velocidade de cruzeiro, com situações como esta, e nós, entretanto, agimos a uma velocidade lenta", frisou Alexandre Nhampossa.
O acidente de sábado aconteceu na localidade 3 de fevereiro, quando um jipe chocou de frente com uma viatura ligeira de transporte coletivo que seguia de Maputo para Xai-Xai, capital da província de Gaza, sendo que as causas ainda estão por apurar.
Para o presidente da Amviro, a Estrada Nacional N.º1 (EN1), na parte do distrito da Manhiça, precisa de um reforço na sinalização e fiscalização, medidas que devem ser constantes tendo em conta a velocidade das viaturas naquela rodovia.
"As viaturas que saem de Maputo, através da Estrada Nacional N.º 1, começam a ganhar ritmo e velocidade na área da Manhiça e, por isso, é um ponto muito sensível. A revisão da sinalização e a fiscalização devem ser constantes", acrescentou.
O distrito já tinha sido palco do acidente de viação mais grave de sempre registado em Moçambique, com 32 mortos, ocorrido em 03 de julho, envolvendo dois camiões e um autocarro que tentou fazer uma ultrapassagem irregular na EN1.
Após o acidente de sábado, o governo provincial de Maputo reuniu-se no domingo num encontro extraordinário com diversas autoridades e deram conta de um reforço de fiscalização ao longo da EN1 no distrito da Manhiça.
Revisão da sinalização e dos limites de velocidade, obras nalguns locais e campanhas de sensibilização para uma condução segura foram outras medidas anunciadas.
Em média, segundo dados oficiais, Moçambique regista, pelo menos, mil mortes por acidentes de viação anualmente. O ano de 2020 foi uma exceção, tendo em conta que foram registados 855 óbitos, uma descida associada à fraca mobilidade devido às restrições impostas pela covid-19.
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