"Começar um processo de inscrição sem que os estudantes do ensino médio tenham acesso aos certificados, isso pressupõe que vamos ter que recorrer à corrupção, há estudantes ou encarregados que vão recorrer a valores avultados para terem os certificados a tempo", afirmou hoje à imprensa o presidente do MEA, Francisco Teixeira.

Segundo o líder associativo, a falta de certificados do ensino médio, um dos requisitos para as inscrições na UAN, poderá dar azo igualmente à "falsificação de documentos para os estudantes poderem estudar".

"Então, olhamos isso com muita preocupação e alguma indignação", disse, pedindo responsabilização das instituições de ensino médio que não emitiram certificados de fim de curso.

A Universidade Agostinho Neto, maior de Angola, tem disponíveis 5.310 vagas para o ano académico de 2020, mais 215 que no ano anterior, e as inscrições que hoje se iniciaram decorrem até 11 de janeiro.

Entre as 5.310 vagas disponíveis, 4.925 são para os cursos de graduação e as restantes para cursos de bacharelato para formação de professores para o ensino técnico profissional.

Para as inscrições aos 45 cursos ministrados nas nove unidades orgânicas da instituição, o candidato deve pagar 4.000 kwanzas (7,4 euros) para uma opção ou 6.000 kwanzas (11 euros) para duas.

Francisco Teixeira considerou, por outro lado, "ilegal" a cobrança de emolumentos para as inscrições na UAN, afirmando que, na próxima semana, o MEA e seus parceiros vão promover uma conferência de imprensa para marcar uma posição sobre o assunto.

Os exames na Universidade Agostinho Neto, cujo patrono é o primeiro Presidente angolano, para o ano académico de 2020, decorrem de 20 a 25 de janeiro de 2020.

Matemática, Antropologia, Comunicação Social, Ciências da Computação, Engenharia, Gestão e Administração Pública, Direito, Biologia, Filosofia e Economia são alguns dos cursos ministrados pela maior e mais antiga universidade angolana, fundada em 1976.

DYAS // JH

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