Na véspera do fim da campanha eleitoral, e quando muitos já estão em Díli para os comícios e encontros finais com os eleitores, o debate está a ser transmitido na televisão e em streaming nas redes sociais.

A longa maratona, que mais do que o debate arranca como uma sucessão de monólogos cronometrados, começou às 20:00 e vai prolongar-se até ao início da madrugada, com a CNE a explicar que estão previstas 20 perguntas, selecionadas de entre mais de 100.

Meia hora depois do início da emissão, ainda não tinham terminado os longos protocolos tradicionais em Timor-Leste, incluindo uma longa oração católica, marcada por algum conteúdo político, o hino nacional, as longas e pausadas boas-vindas de José Belo e um vídeo com as "regras do debate público" aprovadas pela CNE.

E com quase uma hora de 'debate' cada candidato praticamente só se tinha apresentado, com dois minutos para detalhar a sua "visão", e ecrãs a mostrar uma contagem decrescente, com alarmes nos últimos 10 segundos.

Mesmo no debate em si, a interação entre os candidatos foi mínima, com o moderador a convidar cada candidato a escolher a pergunta que lhe calharia, de um conjunto de envelopes fechados, e a que contestam durante três minutos.

No arranque, o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), organização anfitriã do debate, destacou a natureza histórica do voto, com o maior número de candidatos de sempre, para "eleger no dia 19 o novo Presidente da República".

"Apelo a todos os eleitores que vão às urnas ajudar a escolher o novo Presidente", disse.

O debate começou com um curto perfil de cada candidato, com a foto e uma curta biografia apresentada pela equipa de cada candidatura.

Depois vieram as regras do debate -- que incluem ser proibido interromper -- e o arranque da primeira de três sessões, em que os 16 candidatos foram convidados, por ordem no boletim, a apresentar a sua "visão e missão".

Dois minutos mantidos ao extremo -- com um sinal de alarme a ouvir-se nos últimos 10 segundos.

Os candidatos chegaram mais cedo ao hotel onde o debate está a ser filmado.

Microfones foram-lhes previamente colocados, há palanques individuais para cada um, com o número que lhes corresponde no boletim de voto, o símbolo da CNE e a frase "Debate Candidato Presidência da República 2022-2027", além do símbolo da televisão privada GMN TV que transmite o debate.

Na sala estão várias individualidades nacionais e embaixadores acreditados em Timor-Leste e estão previstos vários intervalos.

Pelo menos dois candidatos, Francisco Guterres Lú-Olo e Virgílio Guterres, contestaram a decisão da CNE de conceder os direitos da transmissão à GMN, televisão privada, em vez de utilizar a televisão e rádio públicas RTTL.

A GMNE defendeu a decisão que considera ter sido tomada por questões técnicas e financeiras.

A campanha termina na quarta-feira, antes de dois dias de reflexão, e as urnas estão abertas no sábado entre as 07:00 e as 15:00.

 

ASP // PJA 

Lusa/Fim