Os animais, de duas localidades do distrito de Nhamatanda, foram devorados, entre outros, por leões e mabecos, disse o presidente do comité de gestão de recursos naturais da localidade de Matenga, em Nhamatanda, Amadio Cadeado, citado hoje pela Rádio Moçambique.

"No princípio do ano encontrávamos animais devorados nos currais, fizemos as cerimónias tradicionais até que aquele animal [predador] fugiu. Voltaram novamente e, desta vez, em duas semanas somamos 46 animais domésticos devorados", referiu Amadio Cadeado.

Segundo o responsável, além de gado devorado, há também invasão de elefantes que têm destruído culturas na região, uma situação, avançou, que já é conhecida pelo Parque Nacional da Gorongosa e pelas autoridades locais.

O conflito homem-fauna bravia surge devido à disputa de espaço e recursos naturais, agravado pela necessidade de ocupação para a prática de atividades agrícolas, situação que se regista muitas vezes em comunidades que vivem próximas às áreas de conservação.

Em 2020 foram devorados 258 animais domésticos, entre gado bovino, ovino e caprino, por leões, hienas e crocodilos, além de 248,81 hectares de diversas culturas destruídas, segundo dados de um relatório da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) a que a Lusa teve acesso.

No mesmo ano, segundo a ANAC, um total de 97 moçambicanos morreram e 66 ficaram feridos devido a ataques de animais selvagens, a maioria por crocodilos.

Todos os anos, as autoridades moçambicanas relatam casos de mortes, feridos, destruição de culturas pelos animais, tendo já sido desenvolvidos mecanismos para que a população os afugente, pelo menos até à intervenção de fiscais.

LYN // PJA

Lusa/Fim