"É particularmente preocupante que haja pessoas que se acredita serem mantidas incomunicáveis e pessoas cujo paradeiro não é conhecido. Todos os detidos por exercerem os seus direitos devem ser libertados com urgência", disse a ex-presidente do Chile em comunicado à imprensa.

Milhares de cubanos saíram às ruas no domingo para protestar contra o governo gritando "liberdade!" num dia sem precedentes em décadas e que resultou em centenas de detenções e confrontos.

As manifestações alastraram a todo o país, impulsionadas por um vídeo em que vizinhos de San Antonio de los Baños (30 quilómetros a leste de Havana) saíram à rua para protestar contra a falta de alimentos e medicamentos e os cortes de eletricidade, no contexto de uma grave crise económica e sanitária.

Desde então, as autoridades exercem um forte controle para evitar novos protestos.

A maioria das redes sociais e plataformas de mensagens continua bloqueada no serviço de internet móvel em Cuba.

O observatório da internet Netblocks anunciou, numa atualização na rede social Twitter do seu relatório sobre Cuba após as manifestações de domingo, que às limitações à utilização do Facebook, WhatsApp e Twitter se somaram restrições na plataforma de vídeos YouTube.

Especialistas pensam que o Governo cortou a Internet para evitar mais manifestações, embora também considerem que a medida poderá ser contraproducente, aumentando o descontentamento da população em relação às autoridades.

Os protestos, os mais importantes desde 1994, acontecem numa altura em que o país está mergulhado numa grave crise económica e de saúde, com a pandemia de covid-19 descontrolada e uma grave escassez de alimentos, remédios e outros produtos básicos, além de longos cortes de energia.

DD (ANC) // SB

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