Num comunicado, Ahmed Janjua, porta-voz do partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), de Khan, anunciou que o Gabinete Nacional de Responsabilização (NAB, na sigla inglesa) retirou uma das principais acusações, a de corrupção, contra o principal líder da oposição, o chamado 'caso Toshakhana', referência ao armazém do governo onde são guardadas as prendas de Estado recebidas pelo primeiro-ministro paquistanês.
No centro do caso estava uma coleção de joias e presentes oferecidos ao casal pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman durante o mandato de Khan como primeiro-ministro do Paquistão de 2018 a 2022.
A retirada da acusação surge depois de, na semana passada, o Supremo Tribunal local ter reposto uma série de alterações promovidas pelo atual governo do primeiro-ministro Shehbaz Sharif, que, entre outras, obriga a que o NAB só possa julgar arguidos em casos em que o montante total exceda um montante igual ou superior a 1,8 milhões de dólares (cerca de 1,630 milhões de euros).
O antigo primeiro-ministro opôs-se firmemente a estas reformas e apelou à respetiva anulação inconstitucional, argumentando que as medidas se destinam a beneficiar os rivais políticos e a proteger a alegada corrupção.
Khan está atualmente encarcerado na prisão de Rawalpindi e tem pela frente outros cerca de 200 processos judiciais por acusações que vão do terrorismo ao homicídio e à sedição.
Até à data, a também estrela do críquete que se tornou a peça central da política paquistanesa foi condenada três vezes, com penas que totalizam mais de 30 anos de prisão.
Embora os processos tenham sido posteriormente suspensos ou anulados por tribunais superiores e o dirigente tenha beneficiado de várias fianças noutros processos, tal não é ainda suficiente para permitir que Khan saia em liberdade.
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