
De acordo com o relatório Pulsar de África, hoje divulgado em Washington, os analistas desta instituição financeira multilateral estimam que os países africanos registem um crescimento económico de 2,1% no próximo ano, ainda assim abaixo dos 2,9% registados no ano passado.
A recessão de 3,3% que o Banco Mundial projeta para esta região este ano, devido à pandemia de covid-19 e à descida do preço das matérias-primas, será a maior dos últimos 25 anos, de acordo com esta instituição.
O cenário base do Banco Mundial assume que o número de infeções por covid-19 continua a abrandar e que os novos surtos não vão chegar ao ponto de motivar um novo confinamento, porque caso a pandemia seja mais prolongada ou haja uma segunda vaga, a economia da África subsaariana pode crescer apenas 1,2% em 2021 e 2,1% em 2022.
Mais preocupante é o PIB per capita, ou seja, a criação de riqueza em função do número de habitantes, que o Banco Mundial diz poder retroceder para níveis de 2007, aniquilando mais de uma década de ganhos.
"A pandemia colocou em risco uma década de progresso económico conquistado arduamente", lê-se no documento, que alerta que 40 milhões de pessoas podem ser empurradas para uma situação de pobreza extrema, anulando cinco anos de ganhos nesta área.
África registou nas últimas 24 horas mais 289 mortes devido à covid-19, elevando o número de óbitos para 37.387, num total de 1.537.019 infetados, mais 11.019, segundo os últimos dados sobre a pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas o número de recuperados nos 55 Estados-membros da organização foi de 11.115, para um total de 1.273.463.
O primeiro caso de Covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e um mil mortos e mais de 35,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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