
"Os nossos jovens das Forças de Defesa e Segurança estão a trabalhar [...] Na semana passada, eles ocuparam uma base dos rebeldes em Macomia. Eles [os insurgentes] até perderam um comandante, chamado Assane", disse Filipe Nyusi, durante um comício para membros do seu partido (Frelimo, no poder) no distrito de Mueda, na província de Cabo Delgado.
O líder dos rebeldes foi abatido no âmbito de uma ação das Forças de Defesa e Segurança, em coordenação com o Ruanda e com a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), uma operação que culminou com a recuperação da base Catupa, considerada estratégica para os insurgentes no distrito de Macomia, na província de Cabo Delgado.
A base Catupa, localizada numa mata densa do distrito de Macomia, albergava rebeldes que fugiram das operações militares que garantiram a recuperação de Mocímboa da Praia em agosto do ano passado, segundo o chefe de Estado moçambicano.
Para o Presidente, a morte de um dos líderes dos rebeldes e a tomada de uma base estratégica não significam o fim da luta contra o terrorismo no Norte de Moçambique, embora o inimigo esteja "fragilizado".
"Não estou a dizer que o problema acabou", frisou Filipe Nyusi, acrescentando que as operações no terreno continuam.
"O inimigo está a tentar resistir", declarou o chefe de Estado moçambicano, pedindo a população para manter a vigilância, na medida em que há "pessoas de má-fé" que simulam ataques em aldeias recônditas para gerar pânico e furtar bens da comunidade.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a SADC permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio.
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