É possível fazer videojogos em Portugal. Talvez esta afirmação seja surpreendente, mas não deixa de ser absolutamente verdadeira.

Há muito para fazer e ambiciono testemunhar um futuro próximo no qual existam cada vez mais portugueses na indústria e cada vez mais estúdios de todos os tamanhos em Portugal. Mas, olhando uns anos para trás, é difícil não ver a evolução.

Graças a estúdios como o nosso e outros, algumas dezenas de jovens portugueses já não têm que emigrar para perseguir o sonho de trabalhar no desenvolvimento de videojogos, mesmo que ainda não seja possível absorver todos os talentos. Do mesmo modo, portugueses com carreira já feita por cá têm ganho protagonismo em projetos de dimensão condizente com a sua qualidade e outros ainda, os que emigraram, tiveram boas carreiras internacionais e convencidos por projetos de grande dimensão, regressaram a “casa”. O ecossistema português é também feito de talentos internacionais, das mais diversas proveniências, atraídos pelas características únicas do país.

O caminho está a ser feito e para muitos portugueses é já um sonho, mas é preciso ser ambicioso e querer mais e mais. Temos condições ideais para ser um (mais) respeitado polo mundial de desenvolvimento de videojogos. Para que estas condições se transformem numa realidade pujante, há que atrair mais empresas, através de benefícios fiscais ao mesmo tempo que se fomenta a criação de estudos mais pequenos. Juntos, estúdios de todos os tamanhos e especialidades podem construir o verdadeiro sonho português dos videojogos.

Hugo Martinho, Studio Operations Director Lisboa da Funcom