
As stablecoins deixaram de ser uma ferramenta marginal no ecossistema criptográfico para se tornarem um eixo central do sistema de pagamentos digitais. De acordo com o relatório publicado pela Artemis, entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2025, foram processados mais de 94,2 mil milhões de dólares em transações com stablecoins à escala global, o que sublinha o seu papel emergente nas operações empresariais, remessas e comércio eletrónico.
A Binance Pay posicionou-se como uma das plataformas-chave nesta transformação, ao facilitar pagamentos internacionais em stablecoins de forma instantânea e sem comissões, tanto entre consumidores como entre empresas. Esta solução, desenvolvida pela Binance, permite a milhões de utilizadores enviar e receber criptoativos sem os custos tradicionais por transação nem as chamadas «gas fees», graças a uma tecnologia contactless integrada em códigos QR, links de pagamento e aplicações de terceiros.
Desde o seu lançamento em 2022, a Binance Pay já processou mais de 26 mil milhões de dólares em transferências internacionais, gerando uma economia estimada de 1,75 mil milhões de dólares para os utilizadores em comparação com os serviços tradicionais de envio de dinheiro. Em termos práticos, enquanto enviar 200 dólares por canais convencionais implica um custo médio global de 12,70 dólares, realizar a mesma operação com stablecoins através do Binance Pay custa apenas 0,00025 dólares, de acordo com dados do setor.
Essa eficiência teve um forte impacto em regiões onde os serviços financeiros tradicionais são limitados ou pouco acessíveis. A Binance Pay estabeleceu parcerias com sistemas locais como o Pix no Brasil ou o DK Bank no Butão, ampliando o seu alcance em mercados emergentes e garantindo a inclusão financeira por meio de soluções digitais.
A expansão do mercado e a sua consolidação regulatória
O volume total de capitalização do mercado de stablecoins ultrapassou 239 mil milhões em maio de 2025, contra apenas 10 mil milhões de dólares registados em 2020. Esta evolução reflete uma adoção massiva: mais de 150 milhões de endereços blockchain possuem stablecoins e 10 milhões deles interagem diariamente com elas, de acordo com dados do relatório da Artemis.
Em termos transacionais, os pagamentos entre empresas com stablecoins já representam 36 mil milhões de dólares anuais, superando em volume as transações entre particulares ou os pagamentos com cartão. A tendência foi confirmada por vários relatórios recentes, como o da Deloitte, que classifica 2025 como “o ano dos pagamentos com stablecoins”, ou o do Deutsche Bank, que estima o valor de mercado dessas moedas digitais em 246 mil milhões de dólares, contra 20 mil milhões de dólares cinco anos antes.
Este avanço coincidiu com progressos significativos em matéria regulamentar. No passado dia 17 de junho, o Senado dos Estados Unidos aprovou a Lei GENIUS, estabelecendo o primeiro quadro legal federal para pagamentos com stablecoins, o que representa um marco na sua legitimação como instrumento de pagamento nas finanças convencionais. Destaca-se também a entrada na bolsa da Circle, empresa emissora de stablecoins, na Bolsa de Nova Iorque, cujas ações triplicaram no primeiro dia, gerando 1,1 mil milhões de dólares na sua estreia na bolsa.
A adoção de stablecoins varia significativamente de acordo com as necessidades económicas de cada região. Em áreas com alta inflação ou baixa bancarização, como a América Latina e a África, essas moedas digitais atuam como uma alternativa importante para proteger o valor do dinheiro e facilitar o comércio transfronteiriço. Em contraste, regiões como os Estados Unidos e a Europa concentram os seus esforços no desenvolvimento regulatório e na integração dessas ferramentas em ambientes institucionais.
O crescimento do uso de stablecoins como meio de pagamento representa uma mudança estrutural no sistema financeiro, que já não se limita ao âmbito das criptomoedas. Plataformas como a Binance Pay estão a catalisar essa mudança, com um modelo que reduz custos, aumenta a acessibilidade e acelera as operações tanto em mercados desenvolvidos como em economias emergentes.