“O Lúpus é uma doença que pode, em alguns casos, provocar episódios agudos que podem colocar a vida dos doentes em risco. Não existindo uma cura, é crucial alertar para esta doença, de forma a diagnosticar e tratar mais e melhor.” O alerta é do médico Luís Dutschmann e ex-presidente da Associação de Doentes com Lúpus (ADL).

Nas vésperas do Dia Mundial do Lúpus, que se assinala a 10 de maio, o especialista lembra que a ADL está a promover várias iniciativas ao longo do mês de maio, nomeadamente o 14º Encontro Nacional de Doentes com Lúpus. O evento irá decorrer no dia 27 de maio, no auditório da Associação Nacional de Farmácias, em Lisboa. “Enquanto associação de doentes, continuamos a lutar para combater o desconhecimento sobre esta doença, que muitas vezes só é conhecida pelo doente no momento do diagnóstico”, reitera.

Também para assinalar a data, a psicóloga Sofia Silva Ribeiro e a pintora Helena Lobato, em parceria com a Câmara Municipal de Guimarães e a ADL, organizam a conferência “Encontro Lúpus”, que se realiza no dia 13 de maio, pelas 9:30, na Biblioteca Raul Brandão em Guimarães, e a exposição “(re)Tratar o Lúpus”, é inaugurada no dia 10 de maio e ficará patente até 10 de junho, nos Claustros do Edifício Sede da Câmara Municipal de Guimarães.

“Esta exposição conta com obras provenientes da coleção “Imperfeições”, da pintora Helena Lobato, que têm como objetivo sensibilizar a comunidade para o que é viver com Lúpus. A conferência dirige-se a pessoas com Lúpus e aos seus familiares e amigos e pretende abordar tópicos importantes para a melhoria da qualidade de vida destes doentes através das intervenções de vários profissionais de saúde”, explica a psicóloga em comunicado.

O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), também conhecido por Lúpus, é uma doença autoimune, inflamatória e crónica que afeta cerca de cinco milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente mulheres em idade fértil.

A causa exata da doença não é totalmente compreendida, mas sabe-se que é parcialmente genética, uma vez que mais de 20% das pessoas com Lúpus têm um pai ou irmão com a mesma patologia. Em Portugal, uma vez que não há um registo nacional, estima-se que esta doença possa afetar cerca de 10 mil pessoas.

Texto: Maria João Garcia