A Universidade de Évora será palco, no próximo dia 23 de maio, da conferência «Alterações Climáticas, Saúde e Parasitas: Um Olhar sobre as Dermatites Cercarianas no Alqueva», iniciativa dedicada à apresentação dos resultados do Projeto Alqueva, que analisa a emergência desta patologia em Portugal, associada a ecossistemas de água doce.

O encontro terá lugar no Auditório do Colégio do Espírito Santo, entre as 10h00 e as 16h30, e é promovido pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade NOVA de Lisboa (GHTM – IHMT NOVA), com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

O projeto centra-se na influência das alterações climáticas na emergência de doenças zoonóticas, com particular foco na dermatite cercariana, uma infeção cutânea causada por parasitas libertados por caracóis de água doce, cuja presença tem sido registada nas águas do Alqueva. Esta condição, ainda pouco conhecida do público, levanta crescentes preocupações em termos de saúde pública, lazer e ecossistemas aquáticos.

A sessão de abertura contará com a intervenção de Paulo J. Mendes, pró-reitor da Universidade de Évora, e de Miguel Viveiros, subdiretor do IHMT NOVA. Seguir-se-ão comunicações científicas que apresentarão os principais resultados do estudo, por parte de investigadores como Manuela Calado, Pedro Ferreira e Isabel Maurício (GHTM – IHMT NOVA).

Será também divulgada uma análise sociológica sobre os conhecimentos, atitudes e práticas da população relativamente à dermatite cercariana, conduzida por Silvana Belo.

Durante a tarde, a conferência avança com uma sessão temática sobre alterações climáticas e doenças emergentes, com intervenções de Carlos Godinho (Universidade de Évora) e Ana Margarida Alho (IHMT NOVA).

O programa encerra com uma mesa redonda subordinada à pergunta «Como mitigar os riscos da dermatite cercariana no Alqueva?», com a participação de investigadores, especialistas de saúde pública e representantes da Universidade de Évora. A moderação estará a cargo de Manuela Vilhena.

A sessão de encerramento será conduzida por Isabel Maurício, Manuela Calado e Margarida Simões, em representação da organização.

Com este evento, os promotores pretendem reforçar a sensibilização e promover um debate informado sobre os riscos emergentes para a saúde humana decorrentes das alterações nos ecossistemas aquáticos, impulsionados pelas mudanças climáticas e pela intensificação do uso recreativo das albufeiras interiores.