A Unidade Local de Saúde (ULS) Santa Maria, localizada na região de Lisboa, foi alvo de uma queixa por troca de medicação a uma utente, que foi “medicada para anemia, que afinal não tinha”.

A situação levou à intervenção da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que analisou a queixa no âmbito das deliberações do primeiro trimestre deste ano.

A reclamação, apresentada pela utente em dezembro de 2023, descreve um episódio ocorrido durante uma visita ao serviço de urgência, após a realização de análises clínicas, segundo o relato, a utente foi diagnosticada com anemia com base em um relatório errado, o que levou à prescrição de medicação inadequada.

Em resposta à queixa, a ULS Santa Maria reconheceu a pressão elevada no turno em questão, que estava marcado por um grande volume de doentes e uma longa espera para a colheita de sangue, que chegou a ultrapassar uma hora.

A unidade hospitalar afirmou que, embora não tenha ocorrido nenhuma anomalia no processo, não pode excluir a possibilidade de um erro durante a integração dos resultados no sistema informático devido à elevada carga de trabalho.

A ULS pediu desculpas à utente e destacou que a reclamação levou à revisão de todos os procedimentos do dia, além de um reforço das medidas de segurança internas, a Entidade Reguladora da Saúde recomendou à unidade que se assegure de que os procedimentos de análise clínica sejam seguidos corretamente e que os direitos dos utentes sejam respeitados.

Além desta queixa, o relatório da ERS também incluiu outras situações, como a demora na realização de uma cirurgia ortopédica no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.

A utente, que foi inscrita na lista de espera com grau prioritário em outubro de 2021, só foi operada em dezembro de 2024, o que gerou reclamações sobre a falta de uma data concreta para o procedimento.

A ERS também emitiu uma ordem à ULS Amadora/Sintra para anular as faturas-recibo de um utente que estava em situação de desemprego e, portanto, isento do pagamento de taxas moderadoras, o utente havia pago 18 euros por cuidados prestados em junho de 2024, sendo exigida a devolução do valor.

Uma queixa adicional foi registada contra a ULS Santo António, no Porto, por ter negado acompanhamento a um utente com esquizofrenia e demência, embora com um estatuto de “maior acompanhado” decretado pelo Ministério Público.

A ERS concluiu que, apesar dos constrangimentos, não havia provas de infração legal, pois não foram especificadas as medidas concretas decretadas.

O caso da ULS Santa Maria, em particular, chama atenção para os desafios enfrentados pelos hospitais públicos devido à pressão nos serviços de urgência e à necessidade urgente de melhorar os procedimentos de segurança e atendimento ao público.