De facto, o Rio Cobral apresentou, sobretudo dia 30 de Abril e de novo a 2 de Maio, evidências de mais duas grandes descargas poluidoras que “enchem” o seu leito e caudal de espuma a qual, apesar de ter cor branca, não deixará de ser poluidora pois as águas até lançam maus cheiros !

Este Rio Cobral nasce no concelho de Seia e continua pelo concelho de Oliveira do Hospital onde atravessa a povoação de Meruge e prossegue até desaguar no Rio Seia, afluente do Rio Mondego. Saliente-se que, ainda no início do passado mês de Janeiro, aconteceu outra descarga do tipo o que vem perpetuando sucessivos atentados ambientais, ao longo do tempo.

O padrão já rotineiro é o dos prevaricadores aproveitarem o caudal do Rio, em leito mais do que cheio pela água da chuva, para soltarem estas descargas… Aliás, o Rio Seia – onde o Rio Cobral desagua – também apresentou sinais de poluição na semana passada… Pois de todas as vezes que isto acontece, também se sucedem protestos e reclamações nomeadamente por parte da autarquia da freguesia de Meruge, no caso do Rio Cobral, e de outras Entidades que se preocupam com tais crimes ambientais onde estes são cometidos.

Lamentavelmente, outras Entidade mais como as Autarquias Municipais directamente envolvidas – Seia, Oliveira do Hospital, mesmo Tábua – ou a tutela do ambiente como o Ministério do Ambiente e seus organismos específicos e de tutela governamental não “conseguem” intervir como é exigível para impedir estas situações atentatórias da qualidade de águas e da fauna e flora atingidas. Afinal, são águas públicas que, de alguma forma, também abastecem o consumo humano na região.

Autarquias e Governo devem agir também a montante da origem destes problemas recorrentes. No imediato, a situação deve ser fiscalizada e controlada por quem de direito ou seja, pelas Autarquias Municipais afectadas e por outras Entidades da tutela da GNR como o SEPNA – Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente – e da tutela do Ministério do Ambiente e do Governo como a APA, Agência Portuguesa do Ambiente. Aliás, é mais do que tempo de isso ser feito com mais eficácia por forma a poder responsabilizar e desencorajar os culpados pelas descargas poluentes e sejam lá estes quais forem.

O crime tem que deixar de compensar como pelo menos aparenta compensar !… No contexto, também se volta a reclamar, sobretudo às supra citadas Entidades, a tomada de medidas mais de índole estrutural e capazes de prevenir e evitar, logo na origem, estes atentados ambientais tão inadmissivelmente recorrentes.

TEXTO:

 João Dinis

Grupo Coordenador do MUNDA